O clímax foi bem menos emocionante que o esperado…
Mais uma semana de “Saihate no Paladin” e o episódio dessa semana acabou sendo um pouco decepcionante, por ter sido muito corrido e graças algumas decisões da produção que não foram do nosso agrado. Iremos discorrer melhor sobre esse e outros assuntos no decorrer da postagem ^^
RUB: Alê, bora lá comentarmos sobre o episódio 4 de Saihate no Paladin. Tivemos o começo do clímax desse arco com o embate do Will com o Stagnate. O episódio até começa me surpreendendo positivamente com o Gus derrotando o Deus do mal no primeiro momento. Fiquei um pouco perdido com essa quebra de expectativa, que demorei um tempo para pensar sendo fácil demais o mago ter derrotado um ser com tamanha força em menos de um minuto. De fato ele derrota o Stagnate, porém destrói apenas um de seus corpos. Ele tinha se divido em dois pedaços por segurança antes de aparecer no local, derrotando também a Mary e o Blood sem grandes dificuldades. Até queria entender o motivo de ter levado o Stagnate a ter recuado naquele momento. Compreendi que ele não pode forçar uma devoção para si mesmo nas outras pessoas. Até ele diz que conseguiria persuadir o personagem, porém prefere que o Will venha para seu lado por conta própria. Aí começa algumas cenas que não consegui compreender o que de fato estava acontecendo. Não quero entrar no assunto da produção da adaptação nesse momento, pois quero conversar sobre isso mais adiante, porém muitas dúvidas minhas foram geradas por decisões criativas e uma falta de revisão no continuísmo do episódio. Inclusive, nessa parte eu fiquei me perguntando como o Blood, Mary e o Gus se curaram, porque na cena anterior todos tinham ferimentos evidentes, como buraco no peito, ter sido dividido em 2, ou braço quebrado. Mas quando o Will os leva de volta para casa, na animação eles já estavam inteiros. Will curou eles? Eles por serem mortos-vivos se regeneram até certo ponto? É possível curar fantasma? O Stagnate não devia ter deixado claro quais as consequências do Will ser devoto dele? Nesses primeiros 7 minutos de anime senti que faltou conteúdo a ser contado. Não sei se cortaram algo do original ou se algumas coisas foram omitidas de proposito para ser revelado mais para frente. Parece que faltou mais elementos para compor esse trecho no anime e facilitar o entendimento de quem não conhece o original. Ao menos descobrimos que aquelas cenas de mostravam da vida passada do Will é de algum momento após a morte de seus antigos pais na vida passada. Foi uma coisa tão pesada para ele, que o personagem desenvolveu uma forte depressão, que o tirava o animo de continuar vivendo. Não sei se tem algo relacionado a sua primeira morte, porém o Will já sofria de um desequilíbrio emocional muito perigoso.
ALÊ: Concordo plenamente com você. Indo por partes, eu também fiquei bem surpreso com o Gus ter conseguindo “derrotar” o Stagnate. Nesse momento, fiquei um pouco dividido entre “Nossa, que fácil” e “Ok, o que vai acontecer agora?”, porque eu estava esperando por drama, ou por lutas. E logo após veio o ataque surpresa. Achei interessante a ideia do cara se dividir por precaução e minha surpresa também foi com o Gus conseguir dar conta de parte do Stagnate. Ele é muito poderoso. Posteriormente a isso, vem o contra-ataque com a tentativa do Stagnate de aliciar o Will a ir para “o outro lado”. Ali começou meu desespero, porque eles tinham ficado muito feridos. O Blood teve alguns ossos destruídos, a Mary ficou ferida também e o Gus foi até dividido ao meio praticamente. Como eles tinham ficado imóveis depois daquilo, mesmo quando o Will leva eles de volta para casa, deu a entender que estavam mortos. Achei que o Stagnate tinha pego a alma deles ou algo do tipo, restando apenas o corpo como uma casca vazia. Quando estava começando a ficar mais emocionante, corta e eles estão lá. Fica muito estranho, porque não tinham mostrado habilidades de cura durante o anime. Não tinha sido estabelecido até que ponto eles poderiam se curar caso fossem feridos. Na minha opinião, não parece nem um problema do original, mas sim algo como “precisei correr para fechar o episódio em 20 minutos”, porque querendo ou não, tinha muito conteúdo nesse espaço e precisavam chegar em ponto específico, que no caso, era quando o Will se dá conta que o Stagnate deu uma bela enrolada nele e sai correndo de volta para casa (só reforçando que não li nem o mangá, nem a novel, sendo apenas uma suposição). De forma geral, é bem o que você disse. Tem decisões muito estranhas (para dizer o mínimo) e acaba sendo confuso em alguns trechos. Tem horas que parecem estar compactando informações e não fica bom. Tanto que eu achei que iria chorar com o episódio e infelizmente não rolou 🙁
RUB: Nesse episódio temos todo um momento dramático, com o protagonista tendo uma recaída, se julgando como imprestável no momento, que só sabe atrapalhar a vida de sua família. Porém também não consegui me emocionar, pois além da animação estar muito estranha e travada, o ritmo foi muito acelerado e abrupto. Parece que houve problemas que tiveram que correr até nos momentos que pediam mais calma. Tanto que menos de 1 minuto depois, o Will tinha ido de uma tristeza profunda para uma autoconfiança imensa com as palavras de encorajamento da Mary. Foi muito rápido essa mudança. Nem deu tempo de sentirmos toda sua dor e já estávamos em uma outra cena, com o Will indo para o combate do Stagnate novamente no dia seguinte. E aqui Alê, deu para ver as limitações orçamentárias que a equipe de produção tem em suas mãos. Dava para notar lá no começo do episódio, porém aqui ficou muito mais evidente. Os designs dos personagens mudavam constantemente entre um frame e outro. O rosto do Will e do Stagnate tinham formas diferentes entre os cortes e a animação estava muito robótica. Tanto que o continuísmo entre os movimentos dos personagens não pareciam normais. O senso espacial foi esquisito durante essa parte. Parecia que o terreno e relevo era um, com a distância entre os personagens sendo uma unidade específica, para no segundo seguinte, toda a composição da cena passar uma sensação completamente diferente. Oscilava tanto, que em 2 momentos distintos, eu tive uma dificuldade bem grande em saber o que tinha acontecido, como se o Will tinha sido ferido ou era ele que desferia os golpes no Stagnate. Fiquei muito perdido em compreender a luta de forma geral. Tanto que eu estava querendo que eles ficassem parados e somente conversasse, para ver se eu voltava a entender o que se passava. Já havíamos comentado como a equipe de produção estava tentando driblar os obstáculos orçamentários, porém agora não deu para disfarçar. E fiquei preocupado com a equipe de produção, Alê. Aqui no Brasil recebemos tantas noticias sobre casos de animadores japoneses que trabalham diversas horas sem descanso, deteriorando sua saúde, que vendo como ficou o episódio, logo me veio a preocupação para saber se todos estão bem ou se o ambiente da produção do anime está tudo certo. Torço para que a produção do anime esteja dentro do cronograma esperado.
ALÊ: Exato! Tanto que a forma de preparação da cena de drama foi completamente diferente das que tivemos anteriormente. Nos episódios 1-3, sempre tinha um preparo, deixando dicas em momentos pontuais, ou quando não, a direção conseguia fazer transições muito precisas para cada tom, e o mesmo (infelizmente) não aconteceu aqui. Foram momentos bem atropelados entre si. Não tinham e nem se davam tempo para transmitir os sentimentos, a exemplo da cena que você mencionou. Saímos de uma cena que soou estranha (com a família do Will toda curada) e vamos para esse do Will se levantando, criando motivação de forma muito rápida e que ia resolver tudo após um tapa da Mary (e que tapa. Deu até para sentir). O momento todo exigia uma construção mais longa, diálogos mais espaçados, até porque, os dubladores estavam muito bons (vimos a versão com áudio japonês). A dublagem do Will é maravilhosa. A entonação da Maki Kawase quando está prestes a chorar é excelente. Sinto falta também de uma trilha sonora mais intensa. Uma música mais intensa poderia ter ajudado. Não só nas cenas dramáticas, mas também nos de ação. Poderia ter ajudado a camuflar alguns problemas. Acho que dentro desse núcleo mais dramático do episódio, o que melhor funcionou foi o contexto da vida passada do protagonista, que temos um melhor entendimento de qual era aquele trecho que ele sempre se lembrava e como era sua vida anteriormente. Inclusive, não respondi antes, mas chuto que ele se suicidou e com a nova chance e família, isso serviu de motivação para ele tentar novamente e fazer o melhor possível para viver. E sim, a produção limitada ficou bem escancarada nesse episódio. As transições estavam confusas, travadas (aquela sensação de que está faltando 2 ou 3 frames nas transições) e os designs mudavam constantemente nas cenas movimentadas. Se o Google não tiver me enganado, a equipe estava procurando mais animadores para ajudar no projeto. Julgando pela situação que está agora no episódio 4, eles devem estar com problemas agora para concluir o anime. Talvez no lançamento de Blu-Ray e DVD eles corrijam. A propósito, quem faz o design dos personagens do anime – Kouji Haneda – lê as nossas postagens. Caso estiver lendo esse post, torço para que você e os demais membros estejam bem e se cuidem na medida do possível (amo seus designs no anime “Yarichin Bitch-bu”).
RUB: Indo para a reta final, o protagonista sofre uma espécie de ataque do Stagnate que o deixa a beira da morte. Uma parada que adoro são as partes de encantar magias. Acho irado os personagens terem que declamar os feitiços em voz alta ou escrever no ar para que o poder seja criado. São detalhes que eu gosto, deixando mais atrativo esse mundo criado em Saihate no Paladin. E finalmente conhecemos a Gracefeel. Ela apareceu na opening e nos trailers promocionais. Estava curioso para saber quem era a personagem de fato. Eu desconfiava que era uma deusa, mas tive a confirmação no episódio de agora. Aliás, ela é a Deusa da Luz. Infelizmente meus conhecimentos sobre mitologias de nações antigas são bem ruins, porém a personagem de Gracefeel me lembrou algumas divindades gregas e nórdicas. Não sei se o autor criou a Gracefeel baseado em algum conhecimento ou mitologia, mas que adoro a pluralidade de conceitos inseridos na narrativa, deixando bem rica essa história de acompanhar. Alê, agora descobrimos que quando o Will iria reencarnar naquele mundo, foi ela que guiou o protagonista na transição de sua reencarnação. Talvez ela revele outras coisas a mais e do motivo do protagonista ter nascido com suas lembranças da vida passada. Também o que dá a entender é que o local em que os dois estão seria uma espécie de fronteira entre milhares de mundos, com todas as almas que perecem de suas vidas anteriores, irão para lá, buscando uma nova chance de renascer em outro local. A Gracefeel comenta sobre evitar estagnação. Deve ser algo que envolve reencarnação e ciclo natural das almas. E era claro que o Will jurou lealdade, devoção e fez um voto a Deusa da Luz. Até mostram o flashback do Blood alertando dos perigos sobre a dimensão do voto que a pessoa faz, e sobre o que irá conseguir como graça e suas consequências. Assim temos o Will desejando proteger sua família a todo custo, jurando com sua vida seguir os ensinamentos da Deusa da Luz. Suspeito que essa promessa do protagonista vai trazer implicações preocupantes, dificultando sua jornada ainda mais daqui para frente. E Alê, o final do episódio deixa um cliffhanger bem perigoso. As deaths flags tremulam ainda mais intensamente nessa história.
ALÊ: Desconfiava de que ela fosse uma deusa mesmo. Minha curiosidade ficava para saber qual divindade ela era e seu papel dentro da narrativa, já que a OP dava um grande destaque para a personagem, com ela abrindo e encerrando a abertura. Até então, é a única deusa (além do Stagnate) que apareceu. Os demais, no máximo que tivemos foram referências visuais das estátuas que há na casa do Will. Fica até aquela curiosidade se outros Deuses irão aparecer como a Gracefeel. O episódio sanou tanto a minha dúvida a quem o William iria ser devoto. Achei bem interessante a ideia de ter “uma linha” entre os mundos e que cada alma vai buscando uma oportunidade de renascer, com elas sendo representadas como estrelas cadentes. Bom, deram novamente ênfase que quanto maior a graça concedida, mais dificuldades irão aparecer ao longo do caminho. Fica a dúvida para ver como isso funcionará na prática. Espero que essa relação de causa e consequência seja demonstrada ainda no anime. O episódio termina com mais uma situação de perigo e lá vou eu sofrer adiantado de novo. Espero que o Will consiga salvar sua família. É tudo que eu peço! Minha maior torcida para o episódio da próxima semana é que deem uma desacelerada. Acredito que esse episódio ficou mais corrido por eles terem que parar nesse ponto da história. Como não tenho ideia de até onde pretendem adaptar do material original, fico na esperança de ter sido apenas uma situação pontual e não um indicativo de que vão correr a adaptação da novel.
RUB: No geral Alê, o episódio apresentou diversos problemas de produção que prejudicou bastante a minha experiência em assistir Saihate no Paladin. Apesar do roteiro salvar bastante, admito não ter saído satisfeito com o anime nessa semana como fiquei nos episódio anteriores. Torço para que voltem a normalidade semana que vem e consigam entregar um produto audiovisual decente, atendendo o mínimo de qualidade desejado pelos fãs da obra que continuam assistindo semanalmente nsse final de ano de 2021.