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Do BL fofo ao de aventura; e do Josei de crítica social ao de reencarnação ^^

Mais um mês que passou, mais um mês com algumas leituras! Este é o terceiro texto de leituras do mês que escrevo para o blog. Escrevo sobre o que li nos meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025. A ideia é fazer um texto com o apanhado do que li, especialmente porquê não escrevo muitas resenhas para o blog e, dessa forma, é um método de pelo menos comentar o que tenho achado do andamento de algumas obras em comentários mais sucintos. ^^

Durante o mês de fevereiro, eu li 6 volumes de mangás + 1 one-shot de mangá em formato digital e + 1 volume de manhua taiwanês. Vamos às obras:


Voulez-vous manger avec moi (one-shot)

Eu sou um grande fã da Akata (a editora francesa que eu vivo comentando os mangás aqui no blog) e no começo desse ano (finalzinho de janeiro), eles lançaram dois one-shots em formato digital: “Stronger than me” (Ore no Imouto ni Kateru ki ga Shinē), da Tamekou, e “Voulez-vous manger avec moi” (SUGAR GIRL), da Tomoko Yamashita. Essas duas obras foram lançadas pela OUR FEEL, uma revista digital Josei da ShuCream (mais conhecida como a editora da revista BL fromRED) e que tem uma parceria e relação forte com a revista FEEL YOUNG, da editora Shodensha.

Esses dois trabalhos foram lançados no Japão em meados do ano passado e particularmente não esperava. Fato é que a editora parece muitíssima interessada em trabalhar com o catálogo da OUR FEEL, tanto que começou com “Why We Fall in Love” (Watashi-tachi ga Koi suru Riyuu), da ma2 (ele era publicado na FEEL YOUNG e passou para a OUR FEEL ano passado) e agora com esses dois capítulos. É esperado que mais e mais obras da revista apareçam no catálogo deles daqui para frente (creio que principalmente os mangás one-shots e algumas séries de autoras renomadas).

Falando da obra em si, o mangá tem 30 páginas e o título pode ser traduzido como “Você quer comer comigo?” e é exatamente sobre isso que a obra trata. Quem está no centro dessa história é a Oshiumi, uma mulher que trabalha em um escritório e é, literalmente, o centro das atenções, encantando a todos com quem ela tem contato. A obra ainda conta com outros dois personagens, o Senpu e a Kisumino, e é a partir da perspectiva deles que acompanhamos o desenrolar da história. E a Oshiumi passa a convidar os dois, separadamente, para que eles almocem com ela. A Kisumino sempre recusa os convites, enquanto que o Senpu aproveita a ocasião para se aproximar dela. Por ser uma história curta, o ideal mesmo é ler ela sabendo o menos possível. Então vou parar a sinopse nisso. Mas é basicamente a narrativa é essa: uma mulher convidando pessoas para comer com ela.

O mangá não é linear, ou seja, vai e volta no tempo diversas vezes ao longo das páginas e toda vez que a autora faz isso, ela acrescenta algum detalhe. É um mangá interessante, porque por ele não ter um sentido claro de início, muitas perguntas sobre esses personagens vão surgindo, especialmente no que envolve a Oshiumi que é uma figura misteriosa, ao mesmo tempo que é receptiva com todas, sempre parecendo um pouco perdida ou deslocada. O que me deixou fascinado na obra é a capacidade da Tomoko em contar algo tão magistral em um espaço tão curto. O final do mangá é espetacular! Quando vai chegando nas páginas finais, soltei uma genuína expressão de surpresa! É um suspense da melhor qualidade!

– Humm, não especialmente… mas enfim… eu a acho um pouco pesada [no sentido de aura pesada]… você não?
– “Pesada”? Ao contrário, eu diria que ela exala algo quase que vaporoso! Enfim, os dados que Senpu deveria compilar… você poderia…
– Não, veja com ele quando ele voltar!
– Ok.
* A cada vez que eu me apaixono, eu digo que eu devo evitar a todo custo que isso se repita… *

Eu tenho o 1º volume de “A Noite Além da Janela Triangular”, um BL da autora que está em publicação no Brasil (e único trabalho dela licenciado no país atualmente), mas não parei para ler ainda e mesmo tendo visto alguns episódios do anime, sei que ele não chega nem aos pés do mangá. Essa foi, de fato, a minha primeira experiência com a autora e que excelente prazer. Eu não tinha dúvidas do talento dela, dado o tanto de elogios que ela recebe mundo afora e tenho vontade de ler alguns dos trabalhos dela como “Hibari no Asa“, um Josei de 2 volumes que ela lançou na FEEL YOUNG (está em publicação na França pela naBan com o título “L’éveil de Hibari”), porque todo mundo fala muitíssimo bem dele e é uma série mais curtinha.

– Eu não queria que isso não recomeçasse, mas eu não consigo me impedir…

Ainda lerei essas obras (além de “A Janela”, ainda tenho “HER”, um volume único dela) e eventualmente, comento aqui no blog. ^^


DAY OFF #1

“DAY OFF” é um manhua BL taiwanês escrito e ilustrado pela Dailygreens. Eu conheço a obra já tem uns anos e li alguns capítulos avulsos na época. Desde lá, já adorava e achava adorável, com personagens e situações divertidas. Relendo agora, é tudo o que me lembrava e um pouquinho mais! ^^

A proposta é bem simples: acompanhamos o romance entre o Dongyun e o Xiaofei, chefe e subordinado, e seus dias como um casal em um relacionamento escondido (mas nem tanto, rs). O manhua é estruturado em pequenos causos de cotidiano dos dois, focando no dia a dia do trabalho, mas também em algumas ocasiões dentro de suas casas. A história já parte dos dois sendo um casal, tendo um breve flashback de como eles se conheceram logo no início e ao longo dos capítulos, também revisitamos esse passado (que não é tão distante) para conhecer mais dos detalhes de como eles passaram a namorar.

Eu gosto desse tipo de história, porque é um passatempo gostoso de ter. São histórias super curtinhas, de umas 5 páginas ou menos, mas que acalentam o coração enormemente. Daquele tipo de obra que você lê, para, respira, fica de coração quentinho e volta para a realidade. Um respiro no cotidiano conturbado. Eu levei alguns dias para ler, porque a estrutura da obra permite que você vá lendo aos pouquinhos, então fui intercalando com outras atividades que ia fazendo e até mesmo outros mangás.

Gosto do pequeno arco que tem entorno do Dongyun e o irmão dele, que descobre que ele está namorando com um cara da empresa depois que vai buscar seu filho (sobrinho do Dongyun) na casa dele e dá de cara com o Xiaofei. Ele passa a ficar vigilante com os dois, mas é muito atencioso com o irmão e, a certa altura da obra, ainda presta um apoio, do jeito dele, para um caso de homofobia que o Dongyun e o Xiaofei vivenciam na empresa. Essa situação pega forte no Xiao por causa de vivências dele da época do colégio e gera momentos bonitos entre os dois.

Esse volume compila toda a 1ª temporada. São 31 capítulos em pouco mais de 200 páginas e a segunda temporada está em publicação pela autora. Já foi confirmado que ela também será compilada como volume e a editora francesa que publicou a obra, a Komogi, já confirmou que estará lançando o tomo futuramente. A segunda temporada, vale dizer, parece ter um foco maior no irmão do Dongyun ^^

– Por que você não me disse nada?
– Não há de especial a se dizer… eu não preciso te informar quando eu tenho um relacionamento.
– Você não me disse, por que não queria que eu soubesse? Ou por que vocês trabalham juntos?
– Papai, brinca comigo
– Dongyun, você acha que a nossa sociedade pode aceitar isso? Se for uma decisão sem considerar isso, então você deveria…
– Eu estou mais que sério. Eu sei que talvez você não entenderia. Eu vou me virar com o papai e a mamãe e eu não vou causar problemas no trabalho, mas eu quero estar com ele. Eu não te peço para aceitar, mas me dê um pouco de tempo para explicar…
* Chefe… *
* …….. Ele sempre foi essa pessoa? *
– Bom… Xiaofei? Meu irmão nunca namorou um homem e minha família não é muito aberta, você está ciente?
– Sim, eu sei… Dongyun sabia muito bem que isso poderia ser problemático, mas ele quis tentar um namoro comigo. Então, lutarei ao seu lado.
– Ficamos assim… por enquanto. Eu não direi nada aos meus pais, mas…

My Love Story with Yamada-kun at lvl 999 #1 e #2

“Yamada-kun” foi licenciado no Brasil pela Galera Record e o que parecia uma ideia maravilhosa, logo se provou um completo desastre. Desastre de tal modo que prontamente desisti completamente de comprar a edição brasileira. Mesmo nos casos em que decido ter a edição francesa, eu tenho uma tendência a comprar o 1º volume da nacional para ter na estante (caso de, por exemplo, “Cherry Magic”), mas essa realmente não deu. Mas edições desastrosas à parte, eu li pela edição francesa (pela Mana Books) e que delícia de mangá, que ótima história e que personagens excelentes!

– Yamada… de cabelo afro?
– Quem é você?

A autora constrói aqui um romance doce e, ao mesmo tempo, frustrado, com os encantos e desencantos da Akane, a protagonista da obra. A mistura dessa personagem que é um amor e carismática, mas também azarada, especialmente com seus amores, junto do Yamada, o típico garoto frio e distante que tem pouquíssimo (nesse caso, nenhum) tato social e menos vontade de interagir com pessoas, rende uma dupla divertida. A autora ainda faz a adição de outros personagens, distintos entre si, o que torna as dinâmicas mais interessantes e legais de se acompanhar.

Não é à toa o mangá e anime ficaram tão populares nesses últimos anos! Escrevi a resenha dos dois primeiros volumes e comento um pouco do porquê da edição nacional ser tão ruim no texto linkado abaixo!


Gene Bride #1

“Gene Bride” é um Josei da Hitomi Takano, uma autora interessante, com um estilo de arte marcante e particular dela, e que foi o nosso mangá de apresentação do mês de março (um segundo texto está previsto para daqui alguns dias, no fim do mês). A história acompanha a Ichi, uma mulher de 30 anos que trabalha em uma agência como jornalista. A vida dela é cercada por situações adversas de machismo e assédio: no seu trabalho, em entrevistas que ela, o que ela diz não é levado realmente a sério, sendo resumida a um rosto bonito; nas ruas mais causos, como um homem se masturbando em plena luz do dia enquanto observa as mulheres que passam por aquela região… Esse cotidiano dela é agitado com a chegada do (muito) excêntrico Makuhito, que se anuncia como um antigo colega de classe dela e como “o homem de sua vida”, em um projeto que foi promovido pela escola chamado “Gene Bride”, que buscava unir os alunos por meio de uma ‘compatibilidade genética’. A Ichi não se lembra bem dele, nem desse projeto, mas por um motivo e por outro, os dois vão acabar precisando ficar juntos em algumas ocasiões, com a história se desenvolvendo a partir disso.

– Eu sou Makuhito Masaki… e eu fui o homem da sua vida.

O mangá funciona tanto como crítica social, porque ele vai certeiro tanto no micro quanto no macro das violências e perigos que as mulheres estão sujeitas na sociedade apenas por serem mulheres, como também vale como um humor meio satírico da relação com a qual os homens têm e a falta de tato que eles possuem (quase como se usasse o Makuhito para zombar deles, o que eu acho particularmente ótimo). Gene Bride é uma obra de ficção científica, mas essa parte mesmo só vem no fim do volume, nas últimas páginas, na verdade. Sendo uma virada daquelas e deixam muitíssimo curioso e instigado para ler os demais volumes (coisa que vai demorar a acontecer, já que só tenho o volume 1 aqui, rs). De toda forma, recomendação forte para o mangá. São apenas 4 volumes no total.

Para mais detalhes da obra, recomendamos a leitura do post de apresentação. ^^


Un Comptable à la Cour #3

O volume 2 (que comentei mês passado), tinha terminado com um gancho bom!
AVISO: os comentários desse volume conterão spoiler.

* UM AMOR AGRIDOCE *
– Entendo! Você não consegue o esquecer. Okay!

O Seichirô havia sido agredido e nesse volume, vemos os desdobramentos dele. A primeira surpresa foi o Kamil não ser o vilão! Ele tinha feição de vilão e até um jeito de vilão, mas ele se provou justamente o contrário, um ótimo aliado. No fim das contas, ele só tem esse jeito por ser curioso e achar o Seichirô uma figura interessante. Mas voltando um pouco, o ataque sofrido pelo Seichirô foi promovido por um pessoal do exército que estava particularmente irritado com ele, por ele ficar recusando as demandas de (mais) verba, agindo daquela forma como método para “dar uma lição nele”. O tiro sai completamente pela culatra, pois quem socorre o Seichirô é justamente o Kamil, que é o chanceler, e pior ainda, quem vai ao socorro do Seichirô é o Aresh. Juntou-se os dois, mais uma prova que o Seichirô conseguiu na hora do ataque e pronto, rapidamente localizaram os três responsáveis.

O que gosto no acompanhamento dessa cena é que ela é conduzida na perspectiva do Orjef, um amigo do Aresh (ele é um amor de pessoa) e que tem uma patente alta também. Como ele desconhecia a situação, foi legal, porque por meio dele, a autora vai explicando o caso e nós vamos acompanhando pelo raciocínio dele! Como estamos no começo da história, temos intrigas políticas se instaurando e já muitos nomes, achei uma solução excelente.

– Aresh, eles estão aqui. Entrem!
* Espere… essa aura… é magia? *
– O que aconteceu com você Aresh
?

Essa parte ocupa mais ou menos 1º volume e o restante do tomo é que tem o plot principal: a expedição até a ‘floresta maléfica’. O Seichirô foi convidado para um jantar com a alta nobreza do reino para ser apresentado pelos seus feitos e, no entanto, para sua surpresa, ele foi convocado para a expedição. Ele, que é extremamente vulnerável à magia e que pode morrer a simples exposição. O príncipe faz questão de que ele vá, mesmo com o Aresh e o Kamil tentando interceder, não tem jeito. Isso ocorre porque o príncipe criou uma rixa com o Seichirô, por causa da vez que ele fez a santa (aquela sonsa) chorar ao jogar algumas verdades daquele mundo na cara dela. Isso fez o príncipe pegar um ranço enorme dele e pelo visto, não parece preocupado com a segurança do Seichirô, ainda mais que ele não é particularmente importante para o reino. Quem importa realmente é a Santa (a Yua).

Como não tem jeito, o Seichirô vai junto e no caminho, ele vai preparando terreno, seguindo com seu trabalho como contador e também, investigando algumas coisas. Uma figura que aparece nesse meio tempo é o Ist, que faz parte dos magos do reinado e cujo Seichirô cria interesse, negociando mais verba para o “departamento” deles em troca de alguns favores e serviços mágicos. E quem também está de volta é a sonsa da santa, que ao ver o Aresh cavalgando junto do Seichirô, vai até ele para pedir que troque de lugar com ela, assim, ele iria na carruagem, confortável, e ela, iria no cavalo com o Aresh. Por a santa ser a pessoa prometida para salvar o reino, ninguém dá limites à ela, nem mostra a realidade das coisas, portanto, a Yua vê tudo como um maravilhoso mundo de magia e quase como um conto de fadas. As únicas pessoas que são diretas com ela são o Aresh, que ela ignora, porque está a fim dele, e o Seichirô, que tenta falar as coisas de forma gentil para não soar grosseiro. Mas como dessa vez se trata de uma missão importante, não tem como. Ele precisa dar um choque de realidade nela e explica a sua condição e risco de morte só de estar lá.

– Ao lado disso… eu sou a pessoa mais sensíveis aos miasmas desse mundo.
– Eh… por causa da sua alergia à magia?
– Exatamente. Para te dar um equivalente ao nosso mundo… o simples fato de respirar é suficiente para me enfraquecer. Imagine uma novem de gás… um lugar tóxico por uma pessoa em plena saúde… é lá que estou, apesar da minha condição. Uma morte certa me espera.
– Este pedido que você acha ser inocente… Complicaria a tarefa daqueles que estão ao seu redor… e poderia até mesmo ser minha sentença de morte.
– Mas… essa não era minha intenção…
– Shiraishi, é hora de acordar. Este mundo não é um campo de férias onde basta fazer o que nos é dito sem refletir.

E no segmento final do volume, chegamos na expedição de fato. Eu adoro essas últimas páginas, por dois motivos em especial: a primeira delas (e a mais divertida) é ver a Yua com medo de tudo agora. Ela se assusta com cada som e agora que há criaturas perigosas onde eles estão, ficando preocupada. O príncipe herdeiro até tenta acalmá-la dizendo que os cavaleiros estão cuidando das criaturas, mas ela sabe que o Seichirô está junto deles temendo pela vida do rapaz. Na hora de fazer a magia para purificar a floresta, ela não consegue fazer tudo e só purifica cerca de 30%, ou seja, precisariam de mais duas expedições para conseguir purificar completamente a região, coisa que o Seichirô rejeita prontamente por causa dos custos envolvidos.

E o segundo ponto é que eu mencionei que o Seichirô vinha fazendo pesquisas e investigações, pois então, é agora que isso entra em ação. Ele elabora um plano de contenção, precisando do Aresh e de alguns outros soldados, além de outros magos do reino que ele rapidamente convence falando de uma gratificação excepcional. O príncipe tenta intervir, mas ele logo passa a ouvi-lo, pois resolver a questão do miasma é a prioridade. O grande plano é simples: uma barreira de contenção, mas ao invés de proteger o reino inteiro, mas cercar a região do miasma, assim, ele não vai conseguir avançar. É genial por ser simples! Eu acho fascinante como às vezes, ficamos cegos e não enxergamos algo que está bem embaixo do nosso nariz. Todo mundo ali era do mesmo meio e basicamente tinha a mesma visão e concepção, porém quando entrou alguém de fora, facilmente foi visto uma solução diferente.

– Como de costume, eles não arriscam de atacar os homens armados… sinto que eles estão se afastando.

O volume termina dessa forma, com mais um ótimo gancho para o próximo. O volume 4 está previsto para 24 de abril na França e provavelmente irei demorar a tê-lo aqui. Então sem comentários para a série no blog por um tempo. Em todo caso, relembro que a obra tem um anime anunciado e cedo ou tarde estarei aqui falando da obra no blog, seja com o anime ou com o mangá mesmo. ^^

Um à parte: eu acho um pouco fofo o lado tapado do Seichirô que vai para a cama com o Aresh com certa frequência. Tem o homem correndo atrás dele para cima e para baixo, é protegido por um cara que todo mundo fala sobre como ele é frio, distante e indiferente com as pessoas, mas que o Seichirô jura na cabeça dele que o Aresh faz tudo isso puramente por cuidados médicos. Tudo bem que o Aresh não chegou na conclusão de “omg, estou apaixonado”, mas ele mesmo já está pensando na pessoa que o agradaria (romanticamente) com as feições (comportamentos e jeito) do Seichirô em mente. A obra está atualmente com 6 volumes e vamos ver se quando eles irão se tocar, rs.

* Cada vez, eu tenho a impressão de ouvir uma melodia, como uma canção de ninar *
* Eu estou sonhando ou ele está usando as roupas do Aresh?! *

Cherry Magic #5

“Cherry Magic” é um dos poucos mangás franceses que faço coleção e que estão em publicação no Brasil. A edição francesa está no 8º volume (saiu dia 13 agora), enquanto que a edição nacional está no quarto tomo, só um atrás do que li agora. Então vou falar desse volume mais abertamente do que em relação aos demais que já falei até agora.

O volume dá sequência ao anterior, com o Adachi lembrando do quão desastroso foi o primeiro encontro dele com o Kurosawa. O Adachi queria aproveitar a ocasião para contar ao Kurosawa sobre os seus poderes, coisa que não foi possível e ele não consegue encontrar uma oportunidade apropriada para comentar o assunto.

* Visto que estamos saindo, o Kurosawa certamente vai ficar muito feliz que eu lhe dê um presente *
* “Pff… Em breve, Adachi e eu não teremos mais a mesma idade… Mas bem, isso quer dizer que até seu aniversário (21 de Março), eu serei mais velho por 262 dias! Finalmente, eu estou ansioso para ter um ano a mais!” *
* ?!!!*
(Adachi não consegue entender o porquê do Kurosawa estar ansioso para ser o mais velho)

É nesse volume também que temos um projeto da empresa em que eles trabalham para a testagem de um produto. O Kurosawa convida uns amigos que tentam descobrir quem seria a namorada do Kurosawa, e o Adachi convida o Tsuge, que leva o Minato junto. O Kurosawa confunde algumas conversas e acha que o Tsuge, na verdade, gosta do Adachi, causando aqueles desencontros e conversas atravessadas bem tradicionais. A autora não cria um grande causo em cima disso, pois os personagens logo conversam sobre o assunto e o Adachi prontamente esclarece as coisas com o seu amado. Eu gosto deles como casal e acho adoráveis (eles só perdem para o Keita Machida e para o Akaso Eiji, que viveram os personagens na adaptação em live-action) e é nesse volume que eles se beijam (e beijam “para valer”) pela primeira vez, em uma cena lindíssima!

No demais, sigo gostando da comédia da obra e dos personagens. O Rokkaku está mais tragável no mangá, porque no dorama eu achava ele muito chato. Mesma coisa para o Tsuge, que eu tinha vergonha alheia no dorama e não gostava no anime, mas no mangá tem seu lado legal. Creio que está relacionado a serem capítulos curtos e com uma dinâmica mais fluida. Gostei de dois outros momentos em específico: o 1º deles foi com os amigos do Kurosawa, que teve uma ceninha muito divertida envolvendo essa procura deles por quem seria o grande amor do amigo deles com base em características que o Kurosawa passou no último encontro deles, sendo que era justamente um cara passando na frente de todos; e a outra foi o pequeno arco de reaproximação entre o Rokkaku e o Minato, que eram amigos na época da faculdade e acabaram se distanciando. É um momento bonitinho também.

– Enfim! Nós estamos procurando pessoas para testar um novo produto no meu departamento, o que vocês acham de ajudar?
* queremos procurar a sua namorada *
– Com prazer!
– É qual?
*passa desapercebido*
– Você tem que vir treinar de tempos em tempos! Seus tênis ainda estão lá em casa.
– Verdade?!
– Eu guardei eles, hein! Talvez eles tenham pego mofo, eu não posso garantir o estado deles!
– Uau! Eu estou muito feliz.

Sempre fico um pouco abismado com o quão rápido os volumes passam, mas isso é relacionado com o fato dos volumes serem mais curtinhos. Eu começo a ler e logo terminam. Esse volume basicamente tratou do primeiro beijo dos protagonistas e da revelação dos poderes do Adachi para o Kurosawa. Os demais foram dois capítulos extras, sendo um focado no Tsuge, que vem sendo bem tradicional de todo fim de volume, e um especial com o Adachi indo comprar o presente de aniversário do Kurosawa. Mas acaba que esse tomo foi ligeiramente mais curto também, tendo apenas 130 páginas o_O

O próximo volume deve abordar o que usaram de material no filme live-action, que é aquela proposta de trabalho que o Adachi receberá para trabalhar em uma filial longe da que ele está atualmente, sendo também uma oportunidade de trabalho para ele, o que claro, vai gerar indecisões por causa do relacionamento que ele possui e justamente quando ele consegue ser aberto com o Kurosawa à respeito dos seus poderes. Devo ler o(s) próximo(s) volume(s) em breve. Como tenho até o 7, logo devo vir falar deles aqui, se não for nas leituras de março, deve acabar sendo nas de abril ^^


Remember Me, la magie de l’amour #1

Dentre os volumes 1 que li esse mês “Remember Me” foi o que mais me deixou positivamente surpreso. Isso porque embora “Gene Bride”, “Yamada-kun” e até mesmo “DAY OFF” sejam muito bons, cada um dentro do que estão se propondo, eu conhecia previamente algo de cada uma dessas obras: Gene eu sabia que era bom, porque por onde o mangá passava, ele recebia elogios e por ser um mangá da FEEL YOUNG, uma revista que confio na qualidade de suas publicações; Yamada-kun eu tinha visto um episódio da adaptação em anime; e DAY OFF eu já havia lido alguns capítulos anos atrás. “Remember Me” foi o oposto. Eu não conhecia nada da obra, tendo visto apenas alguns elogios aqui e ali. Sabia da existência, porque é um mangá que vende bem no Japão, mas também nunca fui profundamente atrás de detalhes.

Meu interesse surgiu mesmo com o anúncio da obra na França no final do ano passado pela Akata, anúncio esse que foi celebrado pela comunidade Shoujosei francesa. O mangá começou a ser lançado em fevereiro e comprei esse volume 1 na minha última compra de mangás franceses que fiz (comecinho de janeiro). E uau, que mangá ótimo!

Falando da proposta, o mangá conta a história da Oriana, uma garota de 17 anos, que está no último ano da academia de magia Lagen e que namora o Vincent, um dos alunos de destaque da academia e filho do chefe de um domínios, que são como reinados nesse mundo, da região. No entanto, nesses momentos finais de estudos, após um dia de aula, a Oriana vai para se encontrar com o Vincent, eles haviam combinado de se encontrar, pois ele tinha algo para contar a ela e ela o encontra morto. Não só isso, como pouco depois de encontrá-lo sem vida, ela também morre. Para a surpresa da própria Oriana, ela acorda, no dia seguinte, porém, com a idade de 7 anos, tendo reencarnado por algum motivo que ela desconhece e com todas as memórias que possuía. Assim, ela segue a vida até o dia de finalmente encontrar seu amado e, novamente, para a sua surpresa, ele não se lembra dela. Agora, a missão dela é tentar reconquistar o amado, ao mesmo tempo que está atenta para evitar qualquer coisa que possa levá-lo à morte.

A Oriana tem um choque ao ver que o Vincent não se lembra dela e não tem qualquer memória dos momentos que os dois passaram juntos, mas passado isso, a forma que ela lida com isso é com uma abordagem direta. Então ela parte para cima do rapaz, comentando várias coisas das quais ela já sabe do futuro e falando abertamente do relacionamento que tinham (como se fosse uma previsão dela). É numa dessas que há uma cena impagável com a Oriana derrubando um prato de macarrão em cima do guri.

* Ah… Aah… Aaaah… Aaaaaaaaaaaah! Tudo bem, é apenas macarrão gelado… Não, enfim, tudo bem! *
– De… des… desculpaaaaaa! E-espera, eu vou te dar um lenço… um pano… uma toalha!
– NÃO… VOCÊ… EM VEZ DISSO…

A Oriana é muito estabanada e emocionada, por isso ela avança, fica em cima, tenta ajudar, e por vezes, acaba atrapalhando. Quando o mangá saiu na França, vi comentários falando que a abordagem dela é impensável, porque não é dessa forma que ela vai conquistar ele, pelo contrário, vai é afastar o guri. Em partes concordo, mas é uma tentativa desesperada dela. É alguém que foi morta, que sabe que o namorado foi morto, que correm riscos e que tudo que tinham não existe mais. Ela está sem chão. Fica evidente conforme a história avança no volume. E embora essa não seja a melhor abordagem, concordo que o melhor dos cenários seria analisar tudo e ir reconstruindo os mesmos passos da vida anterior, até o momento de ficarem juntos, mas qual seria a graça disso também? O humor da coisa toda está em justamente não sair como ela prevê, rs.

Ela ser desse jeito “descontrolado” não quer dizer que ela não esteja atenta ao que está acontecendo. Tem uma cena bonitinha de uma lembrança de algo que o Vincent ensinou a ela antes de morrer, de um aprendizado que construiu sozinho enquanto ia para a floresta mágica, e que dessa vez, é ela que o ensina enquanto o seguiu para a floresta.

– Vincent Tanzane, saiba que não são apenas os dragões que cuidam de você… eu também… pretendo proteger você;

Como a Oriana tem todas as memórias da vida passada, desde o momento que reencarnou, ainda criança, ela começa a tentar entender algumas coisas daquele mundo que não estava interessada anteriormente, como as questões políticas e entender quem é a família do Vincent e as demais famílias relacionadas ao controle da região, e todas elas levam o nome “Dragão”, sendo que cada uma tem uma cor. A família do Vincent é a do Dragão Violeta/Roxo. Além de procurar entender de culinária para fiscalizar o que o Vincent come e ainda, procurar sobre venenos e plantas venenosas que são utilizadas, ou mesmo as que são proibidas. Ela está sempre pesquisando e procurando mais sobre. Enquanto criança, ela tinha uma série de limitações, pois podia soar suspeito algumas de suas investidas em pesquisas, mas agora como aluna, ela inclusive consegue acessar a biblioteca para ler a respeito.

A Oriana tem algumas preocupações além da reconquistar do amado. Ela precisa se esforçar e se matar de estudar, para tirar boas notas e conseguir ir para a classe especial, onde está o Vincent, e também precisa tentar investigar o porquê da morte deles, de onde isso veio, como aconteceu e o mais importante: por quê? Ao longo do volume, sabe-se que o Vincent vem de uma família importante. Seria então algum tipo de intriga política? Ou algum desafeto dentro da escola? (acho menos provável). Em todo caso, o personagem não é meramente “o namorado da Oriana” ou “o interesse romântico dela”, porque por ele ser de família importante dentro daquele mundo, todo o caminho dele já foi planejado, sem que ele pudesse decidir muita coisa por si, uma vida chata e sem vida, e é na figura da Oriana, com aquele mesmo jeito desgovernado e atrapalhado dela, que ele vê alguma diversão. Ela é algo que não estava previsto no caminho e é por isso que, a certa altura, ela passa a chamar atenção dele. Claro, ele não vai deixar que ela saiba disso, mas isso já é bem evidente pela maneira como ele olha para ela. ^^

– Meu… pe… queno… Vin… cent… queri… do!
– ?! … Ah… é você, Elsha? O que você está fazendo?

E apesar de ela aparentar lidar bem com essa reencarnação, fato é que ela ficou traumatizada com uma coisa: chuvas fortes acompanhadas por trovões, porquê naquele fatídico dia estava tendo uma chuva torrencial e o som dos trovões foram as últimas coisas que ela ouviu, enquanto via a imagem do namorado morto no sofá. E é por causa de uma chuva como essa que os dois poderão ter uma conversa, mas uma conversa de verdade. A Oriana pode não saber, mas o jeitinho dela, está produzindo algum efeito nele!

– Obrigado… estava muito bom…
– MEU PEQUENO VINCEEEENT!! Eu te amo TAAAANTO!!

A Gin Shirakawa, que cuida da adaptação em mangá, é uma mangaka que eu conhecia de vista por “Gojussenchi no Isshou“, um mangá Josei sobre gatos (!), que acho lindo visualmente! E aqui ela faz um trabalho artístico estupendo! As capas são lindas. Essa do 1º volume é a que acho mais bonita até agora, e a parte interna, absolutamente não deixa a desejar em nada. Ela é ótima fazendo drama, ótima compondo quadros contemplativos e faz comédia bem. É uma arte muito expressiva que casa bem com o texto.

É simplesmente que delícia de obra. Uma fluidez maravilhosa, personagens carismáticos, uma arte maravilhosa e a autora consegue fluir do drama à comédia TÃO bem! Fiquei realmente encantado com a beleza (não só visual) do mangá. É uma das primeiras novidades (francesas) de 2024 que já amei. Quero muito continuar para ver para onde ele vai e quais desdobramentos mais o mangá tem para oferecer. A obra original é uma novel (título japonês: “Shi ni Modori no Mahou Gakkou Seikatsu wo, Moto Koibito to Prologue Kara (※Tadashi, Koukando wa Zero)” ) é completa em 3 volumes. Então o mangá não deve render tantos volumes, mas mesmo que vá um pouco mais longe, pelo menos sei que há um limite para isso. O mangá está em andamento no Japão com 5 volumes e o 6º está previsto para 16 de maio. Na França, o 2º será lançado em 10 de abril.

– “Você quer… dançar comigo?”

Para o mês de fevereiro, foi isso! Nos encontramos em abril para os mangás que li em março. ^^

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