Machismo, transfobia, misoginia e tudo que há de podre! Esses foram os ingredientes usados para criar "Murenase!Seton Gakuen".

Machismo, transfobia, misoginia e tudo que há de podre! Esses foram os ingredientes usados para criar “Murenase!Seton Gakuen”.

Antes de mais nada, eu quero deixar alguns avisos: eu não falarei do que eu estou achando do anime e não é esse meu objetivo. Se quiser saber o que eu achei inicialmente do anime, eu fiz as impressões do primeiro (leia aqui) e do segundo episódio (leia aqui). Ao final de Murenase também farei uma review, mas só no final de março/começo de abril. Segundo, eu não estou acusando o autor de misógino. Entretanto, eu vou levantar alguns aspectos e vocês tirem suas próprias conclusões. E terceiro (esse não é um aviso), eu quero agradecer ao Erick (@imerickkk) por ter me ajudado a compreender algumas ideias e me ajudar a escrever esse texto ^^.

Atualização dia 04/05/2020: publicamos a review dessa bomba em formato de anime. Para ler é só ir no link :).

Antes que eu me esqueça, esse post terá spoilers. Não será muto do que acontece na trama (isso eu tentarei ser o mais raso possível), e mais dos personagens que aparecem no decorrer dos 7 episódios. Então, se você não se incomodar (eu espero que não porque os assuntos que irei abordar nesse post são importantes), podemos prosseguir :).

Imagem de Erick. Perfeita né?!

“Murenase! Seton Gakuen” é um anime que desde o começo cheirava mal, mas eu estava minimamente interessado nele por um único fator: a biologia. Eu sou apaixonado por biologia e desde muito cedo, essa área me chamava a atenção (esse ano eu começo a cursar Ciências Biológicas \o/). Resolvi ir ver o anime (expectativa lá embaixo, reforçando) e acabou que a Biologia é usada da pior maneira possível!!! O autor se apropria para sutilizar machismo e seus preconceitos. O propósito desse post é apontar as evidências para eu achar isso. Caros leitores, pensem, reflitam, se questionem e tirem suas próprias conclusões. Concordando ou discordando, só peço respeito :).


“Murenase” já se demonstrava machista desde seus minutos iniciais. Não é algo que se precisa pensar muito, só basta olhar o character design. Todos os personagens homens/machos, têm suas características voltadas as suas formas animais em que eles são baseados. Enquanto que todas as mulheres/fêmeas têm formas bem mais humanoides, com poucas características animais, tais como rabo e orelhas.

Abrindo a discussão, eu começo por sexualização das personagens. Vez ou outra temos quadros e mais quadros com ângulos sugestivos e outros já bem descarados com peitos e bunda. Mas onde quero chegar é em uma personagem em específico, a presidente do Conselho Estudantil. No episódio três, somos apresentados a ela e o animal que ela é baseada, um rato-toupeira-pelado. Lembram-se que eu disse que o autor usa biologia para justificar suas ações? Então, ele usa com essa personagem e usa o “pelado” que a espécie do animal leva para deixar a nua. E mais. Fazem questão de dar close nos peitos, quadros com a bunda da personagem em destaque, dentre outras cenas nada “sutis”.

Só nesse pequeno começo, já deu para perceber (ao menos eu espero que tenha) a linha que “Murenase” vai, mas ele cava mais e mais fundo. Ainda falando sobre o machismo da obra, eu ainda quero pontuar mais duas situações que demonstram, antes de mudar de tópico. A primeira delas é como o anime traz uma clara diferença entre o Jin (protagonista) e as outras garotas. Sempre que aparece uma nova personagem, ou que esses personagens se encontram em uma situação que exija algum tipo de conhecimento biológico sobre alguma característica/curiosidade de algum animal/personagem x, quem dá essas informações é o Jin. Pelo que eu me recordo, não teve uma única situação em que alguma dessas garotas da rodinha de personagens principais soubesse e falasse essa informação. Quando não é o Jin que diz, é o narrador que informa quem está assistindo.

O anime/mangá trata as garotas como idiotas, como se não estudassem as mesmas coisas e alguns deles estão até na mesma sala!!! O homem é quem tem voz, toma as rédias e o controle da situação. Tanto que é o Jin que dita o que o grupo quer ou não quer, o que vão ou não fazer e as garotas, na maioria das vezes, apenas aceitam. Uma cena que me vem a cabeça é de lá do primeiro episódio, quando uma zebra está maltratando a Ranka, que é uma loba (guardem isso, falarei mais à frente). Na cena em questão, o Jin vê e interfere. A zebra se gaba por ter como parente mais próximo os cavalos, para provar do contrário e desmoralizar a personagem diante dos outros. Jin segura a Ranka, levanta a saia dela e expõe seu rabo. Ele explica que na árvore filogenética (basicamente é uma representação em forma de árvore, das evoluções entre espécies que possuem um ancestral comum), as zebras são parentes mais próximos de asnos do que de cavalos e isso “quebra” a personagem. Não somente é ele que explica a situação toda para os demais (vale dizer, tinha um bando de animais na cena) e NINGUÉM sabia do dado, só o Jin. Como também ele assedia a Ranka e ainda aproveitam o momento para dar foco na calcinha da personagem. E o que acontece após isso? Vira piada, sim! O anime faz isso em diversas oportunidades. Trata tudo como comédia. Apenas mais uma piada qualquer e claro, o Jin sai como o herói da coisa toda (calma que só fica pior!!!)

Aproveitando a deixa, eu quero trazer aqui como o anime quer passar passar a imagem de que o Jin é um cara legal. Por diversas vezes, incluindo no momento que falei acima, o personagem comete ações erradas, ofende os outros personagens, chega até a bater em alguns (incluindo a Ranka), mas tudo não importa porque ele faz pelo “bem maior”. O que falei no parágrafo acima, ilustra muito bem porque durante todo o episódio, o Jin é agressivo com a Ranka, mas no final, ele ajuda a garota e acaba por virar o cara gentil, uma pessoa legal que ajuda quem precisa. Passam pano na cara dura. Acontece algo bem semelhante em “Tate no Yuusha”, em que o Naofumi faz o que faz com a Raphtalia, mas ele é um cara gentil, mesmo deixando os grilhões nela e usando a marca de escrava. Ele é um cara bacana. Uma outra situação que passam pano para o personagem é quando ele prende uma personagem em uma jaula, com a desculpa esfarrapada que é para uma outra garota se acostumar com sua presença e não vê-la como uma ameaça (só pensei: “Aham…me engana que eu gosto”). Aí de noite, ele vai e coloca um cobertor nessa garota presa e fica gripado porque estranhamente, só tem um cobertor e vejam como ele é bondoso. Dormiu no frio para proteger outra personagem… ¬_¬.

A segunda coisa é “Quem é o líder do bando”. Pode esparecer estranha essa frase solta, mas contextualizando: a Ranka é uma loba solitária que quer montar uma alcateia com diversas espécies. Ao longo dos episódios, nós vemos o plano se concretizando e juntos, eles até fundam um clube: o clube de culinária. Vale dizer que, com exceção do Jin, todos os membros do clube são fêmeas. Enfim, a questão principal é que supostamente, a líder do grupo é a Ranka, mas meio que acaba sendo só no papel porque na prática, isso não ocorre. O que me leva a ter esse pensamento é quando no sexto episódio, a Ranka fala para uma personagem (ainda vou comentar sobre essa personagem mais à frente) que é de costume que se lamba a boca do líder da alcateia. A personagem em questão não faz com a Ranka e faz com o Jin, pois na cabeça dela, ele que é o líder. A forma que o anime trabalha as coisas é assim, já que ela quase não tem voz e quando fala algo, é quase como se falasse com as paredes. Não acontece com o Jin, muito pelo contrário. O que ele diz muitas vezes, tem mais valor do que o que a Ranka fala. Sendo assim, ele é o líder. Só não deixam verbalizado, fora que ela muitas vezes é tratada como um bichinho de estimação. O anime e o mangá passam dessa forma para quem assiste/lê.


Passando para outro tópico, o anime e o mangá (só para constar, eu dei uma olhada de forma superficial no material original, para eu ter uma ideia do que me aguardava) trabalham muito com fetiches. Quando eu penso em fetichismo no anime/mangá, o que me vem a mente é uma situação (que ocorre de forma bem recorrente) com a Ranka e seu cumprimento, e um outro caso que envolve diretamente uma personagem que apareceu recentemente no anime, a Meimei (é aquela personagem que eu mencionei anteriormente).

A ideia de cumprimento que a Ranka traz é uma coisa tradicional entre lobos. Até aí tudo bem. O ponto é a forma que é usado nos episódios. O cumprimento em diversas ocasiões não passa essa imagem. É usado para “simular” beijo, principalmente entre a Ranka e o Jin. É notória a diferença quando ela faz com qualquer uma das garotas e quando faz isso com ele. Tanto que com ele, é algo mais incisivo, frequente, e em certos momentos chega a ser mais duradouro. Ocorre com tanta frequência que até na OP tem uma tentativa disso, só que o Jin “empurra” ela. Na verdade, ele bate a cara dela no chão… “Jin é um cara legal”; “O Jin é uma pessoa gentil”… Aham, sei ¬_¬.

A outra situação que eu acredito deixar evidente esse fetichismo, é quando no episódio 7, a Meimei é introduzida e ela é um urso pand. Mas não um urso panda “qualquer”. Ela tem uma característica especial: ser masoquista. Alerto que o problema não é a personagem ser masoquista, mas a forma que tudo é conduzido que é a verdadeira questão. O contexto da coisa toda é o seguinte: a Meimei sempre foi muito mimada por ser um urso panda, que está ameaçado de extinção. Assim, ela chega a ser tratada como celebridade (eu gosto dessa ideia, pois aproveita a condição do animal). Só que o Jin não gosta de animais, deixando claro nos primeiros segundos do episódio um e, assim como ele faz com as outras personagens, ele é agressivo/grosseiro. Temos a situação dele, um homem, sendo agressivo com uma mulher/fêmea. Acredito que já deu para entender onde eu quero chegar. Por que é SEMPRE a mulher que passa por isso? Nunca é o homem. E temos homens/animais aqui. O homem remete (no anime e no mangá) uma figura poderosa, inteligente, máscula, enquanto a mulher está ali para servir de agrado ao público. Então temos os fanservices, que passam uma sensação de fragilidade e são agradáveis aos olhos do jovem otaku. Atendem a alguns fetiches e maneiras de se portar, e claro, demonstram ter menos intelecto que a figura masculina.


Seguindo, o próximo assunto que quero abordar é a transfobia. Confesso que até pouco tempo atrás, eu ainda estava em dúvida quanto a essa questão. Anteriormente já havia conversado com amigos sobre e todos estavam em duvidas. Porém, quando eu assisti o sétimo episódio, achei que ali foi a gota d’água e resolvi escrever esse texto. Continuava em dúvida, então resolvi pedir ajuda para o Erick (anjo) e foi ele que esclareceu para mim. A personagem envolta na transfobia é uma hiena. A circunstância é a seguinte: a personagem acredita ser macho porque ela “tem pênis”. As hienas fêmeas têm uma protuberância semelhante a um pênis que torna muito difícil você saber diferenciar um macho de uma fêmea apenas olhando para o animal.

O hiena, cujo o nome é Yena (pois é…), aparece na primeira vez no quarto episódio e se torna o foco deste até o final do mesmo. Ele se identifica como macho e o Jin fala que é fêmea baseado na sua aparência. A transfobia já começa aqui, pois o Jin só leva em consideração o sexo biológico (aquele que nascemos), fazendo com que o Jin dê a entender que gênero não exista, que seu gênero ou o meu gênero, não existam e somente o que existe é o sexo biológico. Não é assim que funciona. Se ele se afirma como macho, independente da aparência ou do sexo biológico, ele é macho e pronto! O Jin afirmar e contestar o que o Yena diz, é um ato transfóbico. Tanto que no final do episódio, mesmo após o Yena descobrir que nasceu como fêmea, ele volta a se reafirmar como macho, pois ele não se vê usando roupas femininas, muito menos se vê como fêmea. E detalhe, o anime novamente trata essa questão que é séria, como piada. No episódio seguinte, o personagem volta aparecer (de forma bem rápida), só que na ocasião, ele está vestido como garota de torcida e se questiona o porquê dele estar vestindo aquelas roupas. Tudo envolto de comédia.

Quando eu acreditava que já havia se encerrado, o Yena retorna no episódio sete e esse episódio já começa com ele agora se identificando como ela. O ponto principal desse começo é que o pai da Yena diz que ela se identificando como fêmea, as coisas continuam as mesmas, porque ela não é feminina. Ao ouvir, a personagem vai em busca de como se tornar feminina. E aqui temos um outro problema, porque basicamente dizem que para você ser mulher, você tem que ser feminina. Mas antes de prosseguir nesse assunto, eu tenho uma pergunta: a hiena se identifica como ela agora, por que quer? Ou por pressão? Pensem no seguinte. Ele até pouco tempo atrás se identificava como macho. Todavia, após falarem que é fêmea e mostrarem seu sexo biológico, que ele “resolveu” se identificar como ela. Por isso a minha indagação. Ele se ver como macho, não parecia apenas “engano” como o Jin diz. Yena reafirma algumas vezes ser macho, mesmo depois de saber seu sexo biológico.

Mas voltando ao assunto que comecei no parágrafo anterior, “Para que você seja mulher, você tem que ser feminina”. Foi abordado ao longo do episódio e me deixou deveras incomodado e irritado, porque não só colocam essa ideia na cabeça do Yena, como outros personagens compram a ocasião e resolvem ensinar ele a ser feminina. O que mais me incomodava enquanto assistia a tudo isso, é que internamente eu fiz um paralelo, porque da mesma forma que “mulheres têm que ser femininas”, homens “têm que ser machões/másculos” e essa é uma coisa que eu não sou. O anime joga na minha cara que eu sou errado por ser quem sou!

Passando para o “”aprendizado”” da Yena em ser “feminina”, há duas frases ditas que quero destaca para discutir em cima delas e que ilustram como essa ideia é errada e péssima. A primeira é dita pela Hitomi (é a outra humana que estuda na escola), em que diz o seguinte: “Yena-chan, você conseguiu! Se tornou uma bela garota”. E a segunda é dita pelo Jin: “Onde já se viu uma garota vomitar material não digerido?!”. Nas duas frases, nota-se o machismo implantado. Na primeira frase, o que se tira dali é que antes a Yena não poderia ser considerada uma garota, pois garotas têm que ser comportadas, recatadas e com boas maneiras. Enquanto que a frase do Jin, não só reforça essa ideia, como me faz lembrar de algo que o Erick comentou comigo, que meninos, de uma forma geral, tem mais liberdade para ser porco do que meninas e é muito verdade! A frase do Jin passa a ideia de que meninos poderiam fazer, mas meninas não.

Após o “treinamento”, a Yena volta falar que é macho, o que torna o cenário ainda pior, pois o torna transfóbico novamente. Vou pegar as palavras do Erick que se encaixam e explicam o que quero dizer: “Esse tipo de estereótipo de feminilidade, quando forçada na mulher, acaba gerando um senso de que toda mulher tem que ser feminina, logo, mulheres com pênis ou com corpos biológicos masculino, é tida como aberração e anomalia, porque foge do padrão sabe? Querendo ou não, os estereótipos solidificam a ideia de que homem e mulher não são construções sociais e sim, sexo biológico.”. Acredito que essas palavras tenham esclarecido a minha ideia. Uma última coisa sobre o assunto é que, como eu já disse, o autor brinca com um assunto sério. Joga a personagem de um lado para o outro, como uma peteca, para criar situações em que possa gerar “comédia” em cima, e claro, distribuir seus preconceitos no meio. E para quê parar? Ele tem público que não só gosta disso, como só falta aplaudir o que está sendo mostrado. Não me entendam mal. Não estou querendo generalizar e dizer que todos que gostam de “Murenase! Seton Gakuen” são a favor do que está sendo dito/mostrado. Há quem não perceba essas mensagens mais sutis. Eu mesmo não havia reparado em tudo. Fui perceber enquanto eu ia escrevendo o texto e revia algumas cenas dos episódios.

Para encerrar de vez, a concepção de “ser masculino” do autor é usar roupas mais folgadas e sentar com as pernas abertas. Essa concepção de masculino é feita com a Hitomi. E não satisfeito, a composição da cena é um baita de um fanservice, com foco nos peitos dela balançando e personagens com sangramento nasal ¬_¬…


E chegamos ao tópico final. Para fechar esse combo de coisas ruins, temos a misoginia. Apesar de lá no começo do texto eu ter dito que não iria acusar o autor como tal, fica um tanto difícil “defender” ele quando traz uma personagem para ser saco de pancada. Sim, você não leu errado, então falemos mais do caso.

A personagem que mencionei, apareceu somente no episódio sete. Quando esse post for publicado, já deve ter saído o oitavo episódio, mas esse eu não devo assistir tão cedo, pois estou ocupado com outras coisas. Então não sei se o anime ainda trará mais aspectos negativos e/ou se essa personagem aparecerá nos próximos episódios novamente. Retomando o assunto, além da Yena retornar, ainda nos é apresentado uma nova personagem, a Anamitsu Teru que é uma ratel. E segundo o anime, rateis são animais com uma pele muito grosa e flexível, o que impede que as presas de leões, por exemplo, não perfurem sua pele. Sabendo disso, o que vem a seguir é uma seção de espancamento, sim! O autor se apropria para fazer dela um saco de pancada. E vale ressaltar que, além de ser uma fêmea DE NOVO, ela é uma criança. Não tem como contestar. Podem falar o que for, mas ela é uma criança. Não é só a voz dela que remete a uma criança, mas toda a sua estrutura corporal remete a uma criatura com poucos anos de vida. “Ah, mas rateis são animais pequenos, então isso justifica ela dessa estatura””. Poderia ser, mas tenho que lembrar que toupeiras também são animais de pequeno porte, mas olhem como a presidente do Conselho Estudantil é, do tamanho de uma pessoa “normal”.

No mangá chegam a usar a garota como uma arma, literalmente. Não sei se irão adaptar essa cena no anime, mas creio que já dê para ter uma ideia de qual a função da personagem. Provavelmente vai apanhar de forma constante no anime e claro, vão passar como uma piada, porque é isso que o autor mais sabe fazer. Ainda no episódio que a ratel aparece, além de tomar socos e chutes, ela é torcida pela irmã da Ranka (sim). Pega ela e enfia a guria no chão. A personagem vai servir para essa e outras piadas em torno dela. Aproveito para dizer que o autor não tem um bom leque para fazer comédia. Cada personagem tem basicamente um estereótipo e/ou característica que gera a piada, por isso o autor precisa estar sempre adicionando alguma personagem, para a piada não cansar, ou no caso dela já ter ficado gasta.


Enfim, espero que tenha dado para entender o porquê de acreditar na misoginia por parte do autor? Eu não afirmo com 100% de certeza, precisaria de mais algumas evidências (e conhecer pessoalmente ele para selar com um veredito), coisa que eu não duvido nada que apareçam no futuro. Mas com toda certeza podemos dizer que o autor foi transfóbico e é machista! Espero que esse texto tenha servido para “clarear” a mente daqueles que não perceberam o quão podre é esse anime e mangá. Se você percebeu algo enquanto assistia e/ou lia “Murenase! Seton Gakuen” e que não falamos aqui, por favor comente aqui. Opine também e estamos abertos a discussão (desde que sejam educados) ^^.

Para encerrar o post, eu quero trazer um pensamento do Erick quanto a forma que a obra é feita num geral: “Eu acho muito problemático a forma irresponsável que foi construída toda essa narrativa. Quero dizer, animais não tem gênero, mas existe uma analogia aqui; São humanos animais sabe? É tão horrível esse rolê todo que acho que o autor enxerga a sociedade desse jeito em que gênero não existe, mulheres são objetos e homens são ogros,”. Eu digo que concordo muito e pelo que o autor traz aqui, ele demonstra pensar dessa forma e não venha dizer senhor otaku que “é só um desenho”, pois independente, isso pode refletir a realidade. Muitos autores misturam em suas obras, experiências que já tiveram em suas vidas, pensamentos e coisas do gênero. Então sim, o que “Murenase” trás pode ser o que o autor realmente ache/pense.

E mais uma vez, eu agradeço ao Erick por ter me ajudado a escrever esse texto :).

8 thoughts on “Murenase! Seton Gakuen – Uso da Biologia para justificar seus preconceitos

  1. A única coisa que me deixou incomodando nesse anime é o fato de que só as mulheres tem corpo um humano.
    Como o Marco disse no vídeo dele, seria melhor se tivesse uma mistura entre as espécies
    Tipo um homem “humano”
    E uma mulher animal.

  2. é completamente injustificado a maior parte dos ponto citados, a obra não quer ser “machista” como dito, e sim gerar comédia usando esteriótipos e fatos biológicos e relacionando-los entre si, é isso que o autor promete desde o começo. Reclamar disso seria como dizer que uma obra sobre ciências fala coisas complicadas de mais, sendo que este trata de um tema em que o “vocabulário” é extremamente difícil se não estudado previamente.

    1. O problema não é usar biologia, e sim a forma que o autor usa isso. Para falar de biologia, você não precisa ser completamente didático e falar de TUDO, o autor resume o que ele quer “trabalhar”, tanto que a maior parte do uso da biologia, serve mais como curiosidade para quem vê. Mas o problema, como eu já disse, é a forma que isso é usado. Não é por ser comédia que você pode fazer QUALQUER coisa, o autor brinca com coisas sérias, tira sarro disso como se não fosse nada, esse é o problema. Ser um anime de comédia, não é sinal de liberdade para fazer o que bem entende, e no caso aqui, o autor usa a biologia para sutilizar tudo. E o que eu fiz aqui, foi só levantar as entrelinhas de que o anime/mangá passam. E assim, cabe a você decidir o que você acha, eu levantei a discussão aqui, não quero obrigar ninguém a ter a mesma visão que a minha, só quero fazer quem está lendo o post, refletir um pouco sobre o que o anime passa.

  3. Mano, a parte que mais me incomodou nesse seu texto inteiro foi a parte da Yena, então vou falar só dela pois não quero tomar muito do meu tempo.
    Então, você realmente viu aquele episódio por inteiro? Tipo, você perguntou para tantos caras e ainda sim não conseguiu entender o propósito dele? Pra mim foi mais do que claro que ele estava mais do que combatendo o machismo, mostrando o quão desconfortante estava sendo para o personagem Yena ser tratado daquela forma, por mais que existiam várias cenas com o intuito de fazer comédia, o foco foi mostrar o que NÃO se deve fazer, tanto que no final ele literalmente “refuta” tudo que você disse, dizendo que você deve ser do geito que você é, e tudo mais.
    Sinceramente, esse amigo seu tal de Eric que tu colocou tanto poder na fala dele, mds, o cara disse aquilo com base na introdução do anime? Kjkk
    Pelo amor de deus, vocês estão praticamente chamando um documentário que explica sobre o nazismo de nazista.

  4. O mais impressionante pra mim é essa obra ter fãs que se importem o suficiente para tentar defende-la de críticas nos comentários

    entendo naruto, mas sério que fizeram isso para esse anime genérico?

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