Um episódio transitório para algo que ainda está por vim.

Um episódio transitório para algo que ainda está por vim.

E aí pessoal, beleza? Eu e o Alê voltamos para comentar mais um episódio de Oregairu. Como foi mais uma preparação para esse arco, os nossos comentários foram mais focados nos personagens do que aconteceu em si no episódio. Fiquem com a nossa conversa.

EDIT: a lista de todos os episódios comentados junto com o post da review de toda a terceira temporada aqui. Para quem quiser, temos a review da primeira temporada (link aqui), da segunda temporada (link aqui)

RUB: Depois de um episódio de fortes emoções, o capítulo dessa semana do anime de Oregairu foi bem mais transitório. E ele começa exatamente de onde parou o anterior, com o Hachiman tentando compreender a situação que o baile se encontra. Na reunião com a professora Shizuka, o protagonista tem a dimensão de como a situação está bem pior do que aparenta. A estratégia dos pais é de tentar “sufocar” o planejamento do baile, colocando os mais diversos obstáculos para que não possa ser realizado de alguma forma. Tanto que os requisitos exigidos pela mãe da Yukino, se tornam maiores do que deviam, forçando os alunos a desistirem do projeto. A Shizuka comenta que ainda não é um problema, pois ainda são considerados como exigências a serem cumpridas para realizarem o evento. Logo, se não é um problema, ele não deve ser tratado como um no primeiro momento. É uma estratégia muito ardilosa da mãe do Yukino, porque ela é uma barreira, só que procura não aparentar ser limitadora, passando a ideia que são os pais que não querem o baile. E vemos que a professora quer ajudar de alguma forma, no entanto não pode no momento por estar de transferência para outro local. Ela própria fala que poderia interver já que não tem nada a perder, visto que vai sair antes que a bomba estoure nela, só que a Yukino não quer a ajuda dela e nem do Hachiman. Assim, o pedido da Shizuka é que o Hachiman ser o único que pode se intrometer e prestar socorro para a Yukino. A parada tem que aparentar não ser uma ajuda e sim uma ‘participação’ do plano dela. Ao mesmo tempo, o protagonista não pode dar a cara a bater (ou melhor, não criar consequências para si mesmo em busca de uma solução), como ele tem que entender o que ele sente e o motivo dele querer ajudar tanto ela. A conversa entre o Hachiman e Shizuka é bem franca, tendo até momentos revelados de como a professora se arrepende de ações que ela fez na juventude. Até criam uma piada em cima do desejo da própria de se casar o mais rápido possível e o Hachiman abandonando o barco antes de zarpar.

ALÊ: Esse episódio foi bem mais calmo em relação ao anterior. Vejo como um episódio de transição para absorver o que está acontecendo, para tentar achar uma solução do “problema”. A mãe da Yukino é ardilosa para um caralho, criando itens e mais itens para serem atendidos como uma forma de condição para que o evento aconteça. Mas tenho certeza que mesmo que eles consigam atender esses primeiros, ela vai criar mais outros, chegando ao ponto de vencer pelo cansaço, ou deixar eles em uma situação que aparenta não ter saída, ou ainda, penso que ela pode ganhar fazendo eles perderem tempo tentando achar formas de atender os pedidos, não dando tempo para a realização do baile. O Hachiman percebe isso assim que toma noção da situação. Não é como uma forma de contribuição para que não se tenha problemas durante o evento. Eles não querem que aconteça, mas não tratam o evento como um problema de fato. Eu ri da Shizuka falando de casamento haha. Colocaram os brilhinhos, o rosto dela pareceu mais jovem, a voz mais fina… adoro essas sátiras/alfinetadas que o autor coloca na obra. Eu acho interessante a “posição” dos personagens. Cria dualidades na forma de pensar. A Yukino não quer ajuda. Quer formar sua independência, e aprecio muito isso, ao mesmo tempo que a situação meio que requer ajuda externa, ainda mais que a Yukino tende a se esforçar demais e pega tudo para si. Além de ter as outras questões envolvendo os personagens para resolver. Eu compreendo a Shizuka ter tido receio em contar a situação no episódio anterior para o Hachiman. Depende mais do que ele iria fazer e do porquê ele faria aquilo pela Yukino. A questão com o Hachiman é principalmente o como ele fará para conseguir ajudar, sem parecer uma ajuda, ao mesmo tempo que ele não pode criar uma situação em que a parte negativa vá para ele, ainda mais que faz pouco tempo que ele resolveu tentar mudar. A maior parte do que ele foi construído, foi voltando o negativo da solução para ele.

RUB: Tanto que se abrir ou colocar em palavras os seus sentimentos, ainda é uma barreira para o Hachiman. Quando ele é pressionado pela Iroha para falar quais suas intenções em ajudar no baile antes de entrar na sala, ainda dá uma enrolada para responder, porque é muito difícil dele abandonar seus vícios. Basicamente, ele quer ajudar a todos, entretanto o Hachiman não quer que eles o ajudem ou fiquem preocupados com seus problemas pessoais. É uma pessoa que prefere sofrer calada do que se abrir e pedir socorro para seus amigos. O que até gera uma contradição, pois a Yukino também não quer que a Yui ou o Hachiman aflitos com seus problemas familiares, porém está disposta a dar tudo de si para ajudar, como está sendo no baile de agora. Ambos tem receio de que se aproximar demais de seus amigos, até para evitarem de ter esses momentos de vulnerabilidades sentimentais sejam expostas. Os dois tentam parecer fortes, só que todos somos humanos e temos nossas fraquezas. E o Hachiman dar o primeiro passo para essa aproximação, é muito louvável. A Iroha fica sem reação na primeira vez que ela escuta a motivação do protagonista. Ela ter momentos de sinceridade e franqueza com alguém, é algo fora do comum. Há pelo menos mais 3 momentos em que ela fica sem resposta durante esse episódio, porque não sabe como reagir nos casos de conversas diretas e sinceras. O que até gera um outro momento que vou comentar mais a frente que é em relação a ciúmes. Quando o Hachiman tenta conversar com a Yukino, é claro que a guria não vai ceder um centímetro, visto que se provar que ela seja capaz, se tornou seu objetivo maior nessa organização do baile. Fizeram até brainstorm de ideias em que todas as sugestões são consideradas e depois avaliadas quais são possíveis de serem realizadas, e quais as chances que cada plano funcionara para convencer o conselho dos pais.

ALÊ: Sim, tanto é que a Iroha fica receosa em deixar o Hachiman entrar na sala do conselho. Ela queria ter certeza se seria o melhor a se fazer. Vemos ainda mais disso logo no começo da conversa dela com ele. O Hachiman diz que vai conversar direito com a Yukino, mas ela não bota fé nisso. Ele até diz que já pensou em como falar, aí a Iroha: “Não consigo confiar”. Ela sabe como ele é e sabe das dificuldades dele em se expressar. Um movimento em falso e poderia tornar aquela situação pior do já está. O Hachiman ainda tenta fugir da pressão da Iroha, deixando uma resposta bem superficial – “Tenho minhas razões” -, até que ele fala claramente o motivo e vem o primeiro momento que a Iroha não sabe muito bem como reagir. Ela até diz que estava esperando uma resposta diferente (Que ele estava apaixonado, talvez?). Talvez a resposta que ela esperasse fosse algo como “São tarefas do clube também”, ou “Eu fui envolvido nisso também”, coisa que ele já tentou usar como resposta com a Shizuka, que também precisou pressionar a criatura para ele falar como realmente se sente e o que está movendo ele a querer ajudar. Do outro lado, na sala do conselho, a Yukino não perde a postura. O Hachiman chega com a Iroha, e Yukino já começa a “esconder” os planos, virando a lousa para outro lado, desviando a atenção para um chazinho da tarde, tudo para o Hachiman não ficar pescoçando e resolver se meter no assunto. Até quer passar a impressão de que tudo está caminhando e que estão pensando nas formas para solucionar os requisitos. Não é uma má ideia separar e organizar todas as ideias, mas como o próprio Hachiman diz, se fosse uma “situação normal”, poderia dar certo. Porém, sabemos que aquela não é uma situação normal. A “inimiga” não é qualquer pessoa e eles já tiveram um gostinho do que ela é capaz.

RUB: E foi exatamente que o Hachiman cogitava que iria acontecer. Pelo menos ele tinha plano A e B nessa situação. No primeiro momento, tenta mostrar o que ele está fazendo não é uma ajuda ou reforçar essa codependência ainda existente. O Hachiman tenta abordar de forma amigável que ela ainda estará no controle da situação. Só que ainda veio a negação por parte dela. O guri não teve jeito e revelou seu real motivo em ajuda-lá que seria o pedido que ela fez com ele (óbvio que tem algo a mais ali, mas vamos fica no ‘vago’ por enquanto). E da forma como ele se expressa, parece muito uma declaração de amor. Novamente a Iroha se surpreende com tamanha sinceridade. É perceptível que o relacionamento dos dois não é um namoro por alguns detalhes. A confidencia em seus diálogos e se expressarem de forma aberta, é um tanto esquisito para uma sociedade que incentiva poucas expressões mais intensas em público. Ainda com tudo isso, o Hachiman toma mais um não da Yukino e recorre para o plano B, semelhante ao começo do anime, como no arco da eleição do Conselho Estudantil, que é cada um por si e que vença o melhor. E a Yukino aceita, a principio, de boas a ideia, revelando ser bem competitiva quanto desafiada. O negócio é a Iroha, que está deslocada a tudo. Imagina uma pessoa que foi envolvida com esses três personagens a contra gosto, descobre que tem algo a mais quando sem querer escuta a conversa do trio lá no episódio 8 da temporada passada, é influenciada por essa busca deles e também começa a querer um relacionamento sincero, só que ela está ficando para trás quando percebe que é apenas uma coadjuvante ali. Era mais do que óbvio o ciúme que sentiria estando na sala. Inclusive, é a primeira vez que escutamos seus pensamentos no anime. Todo o foco era a perspectiva do Hachiman com as coisas. Agora temos uma visão de uma outra personagem que está presenciando tudo, entretanto se ver esquecida por justamente não compartilhar tamanha afinidade como o trio principal mostra no decorrer do anime. Eu não diria que ela está apaixonada pelo Hachiman, porém ela busca exatamente o que a Yukino e ele têm como relacionamento sincero e franco. Até ela comentar que não estar acostumada com essa abordagem e se acontecesse com ela, ficaria sem reação, mostra como as suas amizades não tem esse nível de intimidade.

ALÊ: Vou fazer a sonsa e fingir que não teve nada ali XD. Gosto de como de certa forma, a Yukino “sabe” que ela poderia acabar dependendo dele, caindo no que ela quer fugir de todo jeito. E pareceu mesmo uma declaração de amor. Na posição da Iroha, seria bem constrangedor estar ali. Vergonha de ter que ouvir aquilo e parece que estaria de intruso naquele momento dos dois. É basicamente como se estivessem namorando, mas nada dito/estabelecido de forma clara. Eles namoram, só não sabem disso XP. São diversos os animes/mangás que mostram essa restrição de demonstrar carinho um com outro, ou em locais públicos. Tanto é que em alguns animes, tem pessoas ao redor “reclamando” coisas como: “Estão fazendo isso em público”. Ou até a dificuldade de progressão de alguns relacionamentos por não serem abertos a falarem como se sentem. O plano foi perfeito, por mais que o Hachiman achasse que não ia ser o bastante para convencer a Yukino a entrar nessa. Ela aceitou tranquilamente. A Iroha até deu aquele empurrãozinho dizendo que não via problema nisso, contanto que o baile pudesse acontecer. Por si só já vai ser um incentivo para a Yukino pensar em uma solução. Ela não gosta de perder e não quer a ajuda do Hachiman. Me deixa curioso para saber o que será pedido como recompensa para quem ganhar… Será uma dança? Cena da OP? Hummmm… Sobre a Iroha, eu pensei que ela estivesse apaixonada pelo Hachiman. Essa impressão não é de hoje e algumas outras cenas me fazem ter essa suspeita. Poder “ver” os pensamentos da personagem reforçou mais essa impressão hahaha. Mas vendo o que você disse, faz mais sentido seu ponto de vista, porque ela diz para si mesma para o Hachiman não falar de “Se responsabilizar” de forma tão fácil, porque ela quer que se responsabilizem por ela também. Ela foi coagida a entrar nesse meio, é envolvida pelos três e agora virou a esquecida do churrasco. Faz total sentido esse ciúmes dela.

RUB: Ainda temos a cena pós-créditos da Iroha tentando oferecer uma ajuda para a Yukino nos planejamentos, porém ela nota que algo não está certo. Ela insiste, mas percebe que está indo para um lugar sem volta, que prefere não comentar mais nada. Só que eu quero chamar a atenção para a Iroha sentir uma tristeza vindo da Yukino. É perceptível quando ela aceita a proposta do Hachiman e mais uma vez no final. É sinal bem sutil que apesar de entrado na disputa, ela sente que o Hachiman vai favorece-lá de alguma forma, até para cumprir a promessa de salva-lá. Acredito que não é uma vitória que ela gostaria e que preferia não depender dele nesse momento. Dá para perceber que a Yukino está carregando mais o emocional desse arco. Ao que parece nesses primeiros sinais, a ideia do Hachiman não terá um resultado desejado. Vamos ver porque ainda falta mais um personagem entra no rolê para começarmos a fechar algumas peças sobre o passado da Yukino. É uma tristeza ter que aguardar tanto para a continuação. Triste, porém é o que temos para hoje. No aguardo para semana que vem.

ALÊ: SIM!!! A Iroha mesmo nota isso. A Yukino fala que aquela “Será a última vez”, com uma voz trêmula e logo depois, pouco antes da Iroha sair da sala, a Yukino pinga um colírio no olho, claramente tentando disfarçar as lágrimas que estavam saindo. Triste por ela, porque vai fugir de toda a iniciativa e ela sabe disso. De toda forma, curioso como sempre para o que virá nos próximos episódios. Não sei quem é essa pessoa chave, então sigo apenas na expectativa para a semana que vem.

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