Finalizando o arco na "Arca de Noé"...

Finalizando o arco na “Arca de Noé”…

Depois de algum bom tempo sem falar de “Yuukoku no Moriarty”, voltamos para comentar o 7º episódio. Não sei ao certo quando esse post estará sendo lançado, mas acredito que será bem próximo do lançamento do episódio final da temporada (11). Estarei agilizando os posts desses últimos episódios, afim de terminar com os comentários da animação antes do ano terminar. Então bora lá ^^


Antes de falar do decorrer e encerramento do caso, preciso elogiar o seyuu (dublador) que fez o Blitz, o Tatsuhisa Suzuki (ele também fez o Makoto de “Free!”). É evidente como ele comprou bem o personagem. A risada e o tom de voz que ele faz com os personagem é bem psicodélico. Eu acho maravilhosa a atuação dele.

Bem, feito o elogio à voz do dublador, preciso falar da construção do plano para expor o crime dele. Primeiro que o Moriarty é um ator dos infernos e merece o Oscar a criatura XP. Também que nobre iria suspeitar que um de seus conterrâneos está indo contra a burguesia, chegando ao ponto de arquitetar um plano para transformar Londres em uma cidade do crime??? Não julgo ele não desconfiar hahaha. Fato é que tudo foi muito bem estipulado, desde a entrada no navio, irritar o Blitz, usar o velho (que é um estuprador) como uma isca, jogar o corpo do criminoso, usar o barulho da água do mar à seu favor, até o tropeço do Moriarty no Blitz para que ele não olhe para baixo foi bem pensado, já que assim não iria conseguir ver o Moran e o Fred pegando o corpo do velhote.

É ainda mais interessante quando se pensa que todo esse plano foi montado mesmo antes deles entrarem no navio. É extremamente bem calculado de forma que fosse preciso, assim como o próprio Morarty prega em seus crimes perfeitos. E falando nisso, nós não vimos o mandante do crime ou como o Moriarty ficou sabendo do assassinato do senhor do começo do episódio passado. Nós já somos introduzidos à cena e logo em sequência sabemos que Moriarty e seu pessoal está na embarcação para executar o conde. Eu acredito que no mangá se tenha essa introdução do crime e como que o Moriarty conheceu a pessoa chegando até a “primeira vitima”. Leitores do mangá me contem nos comentários!

Porque eu li o volume 1 do mangá que aliás, logo deve ter resenha (provável que no começo de 2021) e no mangá, todos os eventos que correspondem até o episódio 5 são interligados. Portanto eu acredito que no original tenhamos uma introdução mais ‘completa’ do que está acontecendo. O anime trabalha os casos de forma mais isolada, sendo bem episódico, só que seguindo certa linearidade dos fatos contados. Não é algo ruim (ao menos para mim), porque o mangá tem fez uma estrutura para que seus eventos fossem interligados – pelo menos é assim no volume 1 -, enquanto o anime começou com uma outra formação e que permitiu que seus acontecimento fossem mais separados. Em ambos os casos, eles acertam muito bem em como constroem isso, então está perfeito até aqui 🙂

Outra particularidade muito interessante é o uso do medo para manipular o Blitz. Normalmente o personagem agiria com cautela, mas ao cogitarem que o cara que ele supostamente matou está vivo, gera desespero nele. Tanto é que quando o Moriarty entrega o óculos para ele ver o suposto falecido na plateia, o William chega a fazer uma certa pressão em cima do Blitz, indicando onde ela está e se ele consegue ver. Logo após ele o vê e vai correndo desesperado até o local do “grande ato”. Provavelmente era o Fred disfarçado na plateia como isca. Novamente é um pouco exagerado como já vimos aqui e ali em outros episódios (o 4 por exemplo) e salvo engano, essas confusões mentais com rostos de pessoas não são impossíveis de acontecer. Na verdade, deve ser bem comum, principalmente quando se vê de longe. A cena continua sendo palpável e não interfere na suspensão de descrença.

Agora o ponto que mais me chama atenção aqui é na hora que o público vê o Blitz dando mais e mais facadas no homem. Eu gosto muito de como os nobres ali presentes são hipócritas e me irritou muito. Se você pegar a maioria ali desdenha de pobres, usam quando lhes convém, dão trabalho doentes e/ou precisam de algo, são descartados como lixo, abusam deles de N formas seja com seus pedidos ou até abusos físicos e psicológicos (e convenhamos que permanece até hoje em dia). Entretanto, quando o Blitz foi exposto, dando múltiplas facadas naquele senhor indefeso em uma situação fora de contexto, todos ficaram horrorizados, julgaram e condenaram sua ação, até mesmo cochicharam sobre o “território de caça” dele e como aquilo é cruel.

O que mais demonstrou hipocrisia ali foi o burguês que é amigo do Blitz (não lembro de terem falado o nome dele). Pouco antes de toda a sequência ter seu início, o Blitz o alertou sobre o perigo de se ficar perto de pobres, dado que ele teve um ‘problema’ com um na noite anterior e o amiguinho dele fala que terá cuidado. Quando o crime é exposto, o burguês (safado) é um dos primeiros a apontar o dedo e condenar o assassinato do homem. Ele até diz para o Blitz não o igualar a ele, dado que ele não é assassino. Entra justamente no que disse. Comentem diversas atrocidades e abusos, riem entre si e esnobam com seus privilégios diante dos demais, entretanto ao ser exposto a um crime, essas máscaras são colocadas e escondem quem são e se fazem de santos. É por isso que vão morrer. Eles não são muito diferentes do Blitz e deve haver piores naquele lugar, tenho quase certeza disso.

E antes de falar do Sherlock, preciso elogiar de novo o trabalho da direção e da paleta de cores. Quando alteram a paleta para cinza dando destaque apenas para o vermelho e os olhos que observam o crime, é fabuloso demais!!! Além daquele momento, ainda tem um contraponto muito interessante na hora que o Blitz começa a fugir, fazendo um paralelo com o homem que ele caçou no começo do episódio 6, como se representasse que agora é o Blitz quem está sendo caçado e remetendo a uma certa particularidade do Moriarty em retribuir na mesma moeda. Ele fez isso com o conde do episódio 4 em que ele negligenciou atendimento médico e no episódio 5 quando colocou o professor para “dançar” rumo à sua morte. Eu sou completamente apaixonado no trabalho que está sendo feito aqui e vi algumas cenas rápidas dos próximos episódios. Tenho que dizer que estou deveras ansioso para o que ainda serei apresentado *-*

Agora sim falando do Sherlock, vemos ele entrar em ação e suas habilidades de dedução, além do fato dele saber lutar, o que foi surpreendente. Eu não consumi nada de Sherlock, então acreditava que ele era só um detetive sem grandes noções de luta. Além disso temos ele fazendo um pequeno exame no corpo até constatar que o homem havia sido morto no dia anterior. Por sinal, ele menciona que a França é mais avançada nessas questões de autópsia. Me lembrou do mangá “Innocent”, porque lá temos a família Sanson, composta de carrascos e um dos trabalhos deles era de examinar o corpo, então eles dissecavam e tinha todo um estudo por de trás do biologia humana, ligações, juntas, tendões… o que provoca uma morte mais rápida ou que pode demorar mais para ser usado como tortura. Achei bem interessante.

Vendo ele ali podemos ter o claro indício de que: vai dar merda! O Moriarty já percebeu o potencial dele e teve um gosto na cena com a escada. De certo o caminho de ambos vai passar a se cruzar mais e mais. A “sorte” do Moriarty aqui é que o plano foi extremamente bem feito e não sobraram muitas brechas para se investigar. Por ser um período mais ‘antigo’, as tecnologias disponíveis para investigação não apontariam uma suspeita para ele, porém é certo que os caminhos deles vão se cruzar e o cerco começará a se fechar, afinal, seria muita coincidência que em todo caso de assassinato de alguém da nobreza, a família Moriarty esteja presente no local. Quero muito ver como o Moriarty conseguirá por seus planos em prática, ao mesmo tempo que tem a pedra no seu sapato atrapalhando. E como eu estou diante disso? Eu queria ser um personagem de Yuukoku no Moriarty para dar um jeito de “se livrar” do Sherlock hahahaha.

Sherlock é para ser o “mocinho” da história, porém sinto muito, gosto mais do Moriarty hahahaha. Ainda tenho meus dilemas morais internos e muitas relutâncias com certas ações. Acho deveras assustadoras algumas das falas do personagem, porém me apeguei bastante a ele. Comentei em uma das postagens que fico triste só de pensar na possibilidade de algum dos membros do elenco principal morrer. Inclusive, algum seguidor (não vou lembrar qual agora) comentou comigo tempos atrás que há quem não goste dessa releitura do Sherlock por fugir um pouco do personagem original. Mas vendo esse episódio e como é a história em si, algo me diz que essas diferenças são propositais, porque pensem que o Moriarty é o personagem central da história. Para você continuar lendo, você precisa se prender à narrativa e aos seus personagens. Acredito que o autor tente te afastar do Sherlock que é o mocinho, ao mesmo tempo que quer quem esteja lendo/assistindo, abrace seus personagens. E se for isso mesmo, parabéns, vocês conseguiram!


Eu prometi falar sobre as músicas de abertura e encerramento nessa postagem, então vou deixar elas aqui e comentar de forma um tanto breve sobre elas. Normalmente eu reflito sobre as músicas e letras no post de review, então vou deixar meus comentários mais enxutos aqui e escrever esse trecho para saciar a curiosidade de vocês ^^

DYING WISH – por Tasuku Hatanaka (Abertura)

“A névoa esconde o pecado
Em minhas mãos tenho a lista do julgamento
Vou cometer o crime perfeito e enterrá-lo numa cista
Este é o desejo de morte à você
[Coloque um ladrão para pegar outro ladrão]
O choro de alguém
[Coloque um ladrão para pegar outro ladrão]
Foi crucificado e ridicularizado
Um mundo sangrento, uma distopia sem luz
Flores não nascem aqui
[Coloque um ladrão para pegar outro ladrão]
Somos oprimidos
Temos que levantar e acabar com isso
Que o fim comece!!!

Quebre-o para aliviar sua alma
Seu coração vai acordar e reviver
Lorde do Crime
Sacrifício de seus ideais
Mesmo que seja queimado, a liberdade é eterna

ALPHA – por STEREO DIVE FOUNDATION (encerramento)

Mentira! Seja resoluto se você irá dividir sua dor
Demonstre sua determinação
Goste ou desgoste, você não pode se dar ao luxo de se importar de qualquer jeito
Isso depende do objetivo
[Tornar realidade é o mais importante]
O mal necessário do auto-sacrifício é uma causa justa que ninguém pode entender
Tenha orgulho dos laços invioláveis compartilhados entre irmãos que comentem o mesmo crime
Faça uma chance engatilhar sua posição inevitável e se embriague com seus efeitos no final
Não acredite no que você pode ver, na verdade não tem sentido saber
[Tudo que for necessário]
Adie pela própria invalidez, você tem apenas um objetivo
[Deixe-me escutar você falar]
Você não pode mentir para si mesmo, venha junto de mim
É tudo por não haver uma resposta
Não há caminho de volta

Só lembrando que isso daqui é apenas uma tradução aproximada da letra, então pode conter erros pontuais aqui e ali. E o que dizer sobre elas? Ambas revelam muito dos personagens e seus objetivos. A OP conversa muito com o todo, falando de seus objetivos em acabar com o que há de podre naquela sociedade, ou seja, os nobres. Enquanto que a ED fala sobre o caminho que os três (Moriarty, Albert e Louis) escolheram e como esse caminho não tem mais volta… É só eu que pensei que vai todo mundo morrer lendo essas letas??? Hahahahaha, eu real tive esse sentimento e eu quero chorar, tenho medo do que esse “Mesmo que seja queimado” no último verso da OP represente… :'(


Próximo arco é o quê? Dividido em partes. Então hype nas alturas! Como eu disse na postagem do episódio 6, a direção brilha e consegue lidar melhor quando tem tempo para trabalhar as coisas. Estou esperando o melhor para os próximos episódios ^^.

No demais é isso. Em breve, provavelmente no sábado ou domingo, sai a postagem comentando o episódio 8. Os próximos posts devem ser publicados à cada 2 ou 3 dias, ok? 🙂

NOTA DO REVISOR: só quero lembrar ao pessoal que o Alê antes desse anime ser lançado, não consumiu NADA DE SHERLOCK. Nem livros, séries ou filmes. Muitas percepções dele são baseadas apenas no anime e na proposta dessa obra. Teve e terão vários comentários do Alê que vão diferir muito da obra literária original, pois ele desconhece de fato o conteúdo que deu origem ao anime. Então só quero deixar reforçado aqui e tentem aproveitar os textos do Alê como uma visão de um ‘inexperiente’ nessa franquia se aventurando pela primeira vez na sua versão animada. Como o próprio afirmou no texto, ele tem uma outra ótica dessa história e que uma conversa/discussão saudável dessas diferenças, pode enriquecer de conhecimentos ambos os lados.


Olhando assim nem parece que fica em êxtase só de ver o Moriarty hahahaha
Os closes no sorriso do Moriarty são verdadeiras obras de arte!

6 thoughts on “Yuukoku no Moriarty (Moriarty the Patriot/Moriarty: O Patriota) #7 – Impressões

  1. Eu sabia que a ending era hino!!!!
    Uma coisa que vc falou no texto e que vai causar uma antítese bem legal é sobre o Sherlock ser o “mocinho”. Ele está bem longe de ser isso…
    Dito isso, foi bem legal (embora um tanto rocambolesco) esse desfecho do Noahtic. E a série só melhora.
    E sobre a nota do revisor: uma coisa que percebi é que os autores tiveram todo o cuidado para que Moriarty seja aproveitado tanto por leigos quanto pelos fãs do cânone. Então, não se preocupe, pois ninguém precisa necessariamente conhecer as obras originais para acompanhar o mangá.

    1. Manos, eu não sei qual é o melhor, se a Opening ou a Ending.
      Verdade, tanta coisa que a gente mais a adaptação do que o original, ninguém é obrigado a recorrer a obra de origem. E legal que esse anime chama muito pra ler o clássico depois, Neh?
      Adoro como esses mudam as coisas <3

      Esse Sherlock esnobe e encurralado pelo Moriarty é maravilhoso hahahah

      1. Eu gosto mais da abertura, tanto da música extremamente viciante, como da animação dela que tem excelentes cortes hahaha.

        Eu gosto de releituras, sempre dão uma visão diferente e podem acrescentar perspectivas novas com isso. Na capa interna do volume 1 do mangá, o escritor diz que sempre queria saber a perspectiva dos vilões, como é a linha pensamento deles e como chegaram naquele ponto, eu me senti MUITO representado, porque sempre gostei mais dos vilões do que dos heróis hahahaha

  2. Eu revi o Ep para tentar relembrar os pontos impotentes no teu texto
    Cara eu continuo achando esse arco em Noahtic um dos melhores do anime.
    Foi um momento catártico com um nobre em plena plateia matando um cara subalterno naquela sociedade, a hipocrisia dessa cena para fim foi elevada a um efeito espetacular!!!!
    O final é exatamente que vc falou, ficou bem aquele ditado “um dia você é caçador no outro você é a caça” ( acho que é assim kkkk) Simplesmente amei a morte de mais um nobre FDP rsrsrs

    Cara, sobre gostei muito do significado das Opening e da End, obrigado por compartilhar essa tradução. ^^
    As letra batem demais com o que é estabelecido no anime, o clima de crime e morte sempre presentes. Olhando aqui o mangá, ainda há muito o que adaptar. Esse episódio adapta um parte do segundo volume.

    Bom, a partir de agora o anime ficará mais no Sherlock, (que tem seu carisma, mas não chega nem perto do William) Estou doido para saber a tua opinião sobre o episódio 9,
    Se você gosta da direção, nesse episódio tudo está de um jeito perfeito, até me tremi todo hahaha

    É Isso, agora vamos lá chorar com Cherry Magic rsrsrsrs

    1. Siiim!!! Concordo com tudo!

      Sobre a letra, é bem isso. Passando essa vertente da morte. Eu acho interessante como a ED tem um certo contraste (super bem casado) entre o que está passando em cena e a letra da música, porque você tem um ambiente colorido, com eles crianças pintando um muro. As cores são vivas e o ambiente é alegra. Para mim, está representando essa vontade de fazer uma sociedade perfeita, bonita e feliz. Eles estarem como crianças, de certa forma, mostra inocência. E no final, você tem eles já crescidos com caras dolorosas, talvez mostre que seus desejos/ideias não sejam cumpridos, que a realidade é muito diferente (e sombria) do que os seus sonhos. E música vai contando um pouco sobre o crime, enquanto que não podem voltar atrás agora que já escolheram seus caminhos e, talvez, seus destinos. Não há escapatória.

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