
Para as leituras do mês de Março, durante boa parte do mês eu achei que só teria um volume para comentar nesse post – e do qual, eu já fiz post à parte. Ali para meados do mês, eu li mais um volume. E acabou que bem na reta final, por volta dos 3 últimos dias do mês, eu ainda consegui ler outros 4 volumes de mangá, então fiquei mais ou menos na média da quantidade de volumes que venho lendo neste ano.
Para este post, iremos comentar: 3 volumes de “Vou me apaixonar por você mesmo assim” – que sim, eu voltei a ler e explico o porquê -, o 1º de “Enfer et contre toutes” (Jigoku no Girlfriend) e “Ton visage au Clair de Lune” (vulgo “Uruwashi no Yoi no Tsuki“) e, por fim, retomei “Sasaki e Miyano“, terminando o volume #2 da edição francesa. Então vamos aos mangás ^^

Vou me apaixonar por você mesmo assim #2, #3 e #4
No começo desse ano, eu escrevi uma resenha para o volume #1 de “Vou me apaixonar por você mesmo assim” aproveitando que o anime estava para lançar. Eu comentei no texto que não tinha gostado do mangá, tinha achado meio maçante, a protagonista – a Mizuho – era sonsa e o Kizuki – um dos interesses românticos da protagonista – era um tanto intragável, por ser o personagem menos interessante. Além disso, da forma como a autora estava conduzindo o volume, eu não conseguia ver possibilidade de qualquer um dos outros garotos ter quaisquer chances com ela, porque ficou muito fechado nos dois, de forma que eu não conseguia conceber a autora deixando as coisas mais equilibradas entre os personagens, o que no fim das contas, deixaria a ideia do mangá meio que sem propósito. Por fim, eu comentei que tinha o volume #2, mas que não tinha vontade de continuar com a série. PORÉMMM, o Kyon (Biblioteca Brasileira de Mangás) me mandou mensagem por DM contando spoilers de volumes à frente do mangá (volume 7, especificamente). Eu não vou dizer o que é, fiquem tranquilos, mas fato é que foi o suficiente para me motivar a continuar lendo, só para ver como a autora iria desenvolver a história a partir daquele ponto. Eu pensei que os volumes seguintes seriam um completo martírio de acompanhar, mas eu não podia estar mais enganado! Tanto que li os volumes 2, 3 e 4 em sequência!

A primeira coisa que gostei e acho que foi a decisão mais esperta que a poderia ter tomado é a autora ter aberto a obra para os demais personagens. Eu gosto MUITO das interações entre os personagens amigos, ou quando eles estão todos juntos e interagindo, ou mesmo quando a Mizuho fala com ele e não há uma conotação romântica, tudo é muito ótimo! Indo por partes e começando pelo volume #2, ele dá maior atenção ao Shin, que tem como grande questão, ele ser apaixonado na Mizuho, mas não conseguir agir. Em momento algum, mesmo ele percebendo que está perdendo a oportunidade para o Kizuki – que é sempre muito direito e claro no seu objetivo de namorar com a Mizuho. E eu gosto que a autora explora isso de uma maneira muito interessante, usando as idas e vindas do futuro. Em todo volume, seja no começo ou no fim dele, a autora vai e mostra algo da vida dos personagens, o que por sua vez, sempre alimenta aquele mistério sobre quem a protagonista ficou no fim das contas (e até o momento, não sabemos ainda). No futuro, o Shin se torna um médico e a autora mostra que mesmo naquele futuro, ele não consegue expressar minimamente os sentimentos que ele possui, como na ocasião do aniversário da Mizuho que ele compra um buquê de flores para ela e não consegue entregar. É uma faceta muito bacana que a autora mostra.
E nessas idas e vindas, a autora consegue esconder bem sobre quem a protagonista vai ficar. Eu disse no parágrafo anterior que não está claro com quem ela está namorando, mas, na verdade, creio que ela ainda não esteja com ninguém, porque o Shin, no futuro, diz que ainda corre atrás dela. Ela mora com alguém, mas não é deixado claro a relação que ela possui com essa pessoa (que eu já chego lá para dizer quem é). E no lado do presente, ela brinca bem, por exemplo, a Mizuho de 2030 diz que “viu os fogos de artifício com a pessoa que ela ama” e a autora dá um jeito de que a personagem veja pelo menos um pouco dos fogos com cada um dos pretendentes dela.

E bem, eu imaginei, de início, que cada um desses 4 volumes seria focado em um personagem e não foi bem assim. Embora o volume #2 mostre mais do Shin, ele ainda foca bastante no Kizuki que, vale dizer, embora eu não goste dele como personagem, é inegável que ele é muito decidido naquilo que quer e é muito “admirável” o quão incisivo ele consegue ser para demonstrar que gosta da Mizuho e sempre que possível, está pontuando e reforçando isso para ela. Mas no volume #3, a autora abre alas para outros dois personagens ganharem destaque: o Airu – best boy – e o Shuugo, o personagem que até então, era o que menos tinha destaque.
Começando pelo Airu, eu preciso dizer: ele é muito, mas MUITO queer coding (“código queer”), ou seja, tem um subtexto LGBTQUIA+ correndo ali de por debaixo da história. E ao meu ver, ele tem um claro interesse romântico no Kizuki. Ao longo desses 3 volumes que li, tem cenas e mais cenas que eu posso usar para exemplificar esse meu pensamento. Por exemplo, no volume #2, o Airu encontra com os garotos delinquentes que ele andava quando era mais novo e que ele se afastou depois de um tempo, voltando a andar com os amigos de infância. Depois de expulsar os garotos, o Kizuki – com aquele jeito bobão dele – fala que gostava do jeito do Airu tanto no colegial, como agora, o que o Airu agradece (corado), abraça o Kizuki e diz que gosta dele. Até aí, alguém pode dizer que é gostar comigo amigo, MAS o Shuugo fala para ele o abraçar também, o que o Airu rejeita.

E no volume #3, tem outros dois momentos que para mim, são muito significativos, o primeiro é em uma conversa do Airu com a Mizuho, em que ele comenta que não conseguiria se declarar para a pessoa que ele gosta, porque é provável que a relação que eles tivessem seria rompida e sendo assim, ele prefere ficar ao lado da pessoa, sem que ela saiba de seus sentimentos. Para nós, sempre que joga para “a pessoa” (sem especificar gênero) é sempre sinal de ficar desconfiado, mas nesse caso, o que me pegou mesmo foi ele falar de forma distante, como se não fosse a Mizuho e como se pensasse em outra pessoa naquele momento… Fora que convenhamos… não é como se existisse um risco de estragar alguma coisa de fato se ele gostasse e se declarasse para a Mizuho, o que seria muito diferente se fosse para algum garoto (mesmo que não fosse o Kizuki), já que seria uma relação homossexual, o que por sua vez, não é bem aceito socialmente. Então acho tudo muito suspeito.
Já no final do volume, ele simplesmente joga na roda que já chegou a se declarar para a Mizuho, uma coisa super gratuita e que não tinha necessidade, especialmente quando ele acrescenta – no começo do volume #4 – que aquilo ficou no passado. Me pareceu algo que era para quebrar o clima, já que o Kizuki estava prestes a falar que gostava da Mizuho para os outros, além de causar desconforto nos demais, já que o Airu sabe que eles gostam da Mizuho.


Fora que o Airu, em qualquer oportunidade, está agarrado no Kizuki. Podem reparar. Por fim, dentre todos os garotos que já apareceram aqui, tanto os principais, como os de apoio – como o Saitou -, o Airu é o único que a autora claramente demonstra não ter interesse na protagonista, tanto que o Airu foi o único a declarar que já gostou dela no passado.
O volume #3, ainda, começa a abrir para o Shuugo, que ganha atenção maior no volume #4, com a chegada do irmão mais velho. A autora vinha pincelando de forma maio dúbia de que ele gostasse de uma de suas professoras – o que eu achei interessante a ver como a autora traria a questão -, ao mesmo tempo que parecia que ele gostava da Mizuho em alguns momentos e foi no 4º volume que a autora esclareceu tudo. Indo do começo, o irmão do Shuugo – Tougo – chegou e ele é muito agente do caos, ou seja, amei ele! Ele veio para causar desconforto – ele me lembra a Haruno, de “Oregairu” – e com isso, faz os personagens começarem a se mover, principalmente o seu irmãozinho. Ele é cheio de provocações, lembrando sobre como a Mizuho gostava dele quando era mais nova e fingindo que tem interesse nela para provocar todo mundo, mas o interesse maior dele é fazer o irmão admitir para si mesmo que ele gosta da Mizuho.
Tem um momento que eu achei absolutamente bárbaro, em que o Tougo convida a Mizuho para sair à sós e o Shin e o Kizuki falam para o Shuugo ir junto, o que em dado momento, o Tougo joga na cara que ele está sobrando tanto nessa história, é tão de escanteio, que os outros garotos sequer o veem como um rival, por isso não se incomodaram dele ir junto nessa viagem.

Eu não comentei, mas o Tougo voltou para trabalhar como professor de educação física na escola que todos estudam, o que aumentam as oportunidades dele de agir como provocador por pura diversão – mas sem esquecer que existe um Q de preocupação nisso – e nisso, a autora aproveita para esclarecer a questão com a professora: ela aproveita que estão os dois irmãos lá para jogar na cara que o Shuugo a está usando como camuflagem para esconder os verdadeiros sentimentos dele. Essa foi outra cena que eu achei absolutamente magistral!


O volume se encerra com uma volta ao futuro, em que nós vemos que a pessoa que aguardava a Mizuho em casa é o Shuugo! E na minha cabeça, pelo que a autora apresentou até esse volume #4, eu estou inclinado a pensar que é com ele que a Mizuho vai terminar. Eu estava conversando com uma seguidora do blog – a Naty – e achamos Kizuki é sempre muito intenso e está em uma frequência diferente da Mizuho. Ele mexe com ela por ser muito direto, mas não acho que vá acabar sendo o escolhido e dentro do que vi, o Shuugo parece ser um cara que se enquadra melhor na vibe dela. O Airu estou a ver se minhas suspeitas se concretizam, enquanto que o Shin, neste momento, parece estar fadado a perder pela sua incapacidade de tomar alguma decisão e agir.
Eu falei dos garotos, porque acho eles mais interessantes que a protagonista feminina em si, mas embora eu não ache ela uma super protagonista, tenho que dizer que ela melhorou em relação ao volume #1. Eu acho que quando a autora foca mais na perspectiva de ela querer ser uma mangaka e dos sonhos dela, a personagem ganha mais camadas e se torna mais interessante.
Veja que cada um desses 4 volumes iniciais deu maior para um dos garotos – 1 para o Kizuki, 2 para o Shin, 3 para o Airu e 4 para o Shuugo -, porém, ao contrário do que imaginei, eles exploraram mais das complexidades dos personagens, ao invés de cada volume ser um investindo na protagonista. Cada um tem uma abordagem – ou uma falta de abordagem – diferente. O Kizuki é o que acaba sendo o mais raso entre todos eles – e eu entendo o porquê da autora fazê-lo assim – porque ela precisa que ele seja direto e muito resolvido naquilo que almeja, o Shuugo quer se convencer que ele não gosta da Mizuho, enquanto que o Shin, embora saiba que goste dela, sequer consegue tomar alguma iniciativa. Fico genuinamente impressionado de não só o mangá ter melhorado aos meus olhos, como ter se tornado uma série que eu genuinamente gosto e que quero ler o próximo volume. Eu tenho o volume #5 aqui em casa, mas estou pensando em dar uma enrolada para ler até eu comprar os próximos volumes. Em todo caso, quando eu ler, eu volto aqui para comentar no blog ^^

Enfer et contre toutes #1
Para o segundo texto de apresentação de Março – publicado no fim do mês – eu falei de “Enfer et contre toutes“, publicado no Japão sob o título “Jigoku no Girlfriend“. A obra é escrita e ilustrada pela Akane Torikai, uma autora que eu defendo como essencial e que, ano após ano, vem se tornando cada vez mais indispensável, principalmente no que envolve discussões sociais, no que toca violências contra a mulher – e nisso, podemos pensar no sentido mais “amplo”, com machismo e misoginia, mas também, no campo mais “específico”, como as violências de assédio, importunação, estupro… que claro, vão culminar no amplo: misoginia e machismo.
Bem, “Enfer” conta a história de três mulheres que inicialmente, não se conhecem e vivem em contextos muito diferentes entre si. A Kana é uma mãe solteira; a Yûri é uma mulher solteira que trabalha em um escritório e não tem muitas experiências românticas ou sexuais; enquanto que a Nao, que tem sua própria loja de roupas e vive saindo com vários homens. A vida das três vai se cruzar porque a Nao precisa de pessoas para dividir a casa – e não pode ser homem, por motivos óbvios -, enquanto que a Kana precisa de uma casa naquela região para conseguir manter o filho na mesma escola, já que ele acabou de fazer o 1º amigo e uma mudança de escola seria ruim para ele, e a Yûri precisa mudar de casa, porque o proprietário do imóvel que ela está mudou e com isso, ela é forçada a sair de lá.
As três, que tem concepções e visões de mundo bem diferentes, passam a morar juntas e a partir disso, se constrói amizades. O mangá é constituído de uma série de capítulos curtinhos, cada um causo do cotidiano delas e que no fim do dia, elas terminam por sentar numa mesa e conversar sobre o assunto. Pode ser um caso romântico, uma dúvida que surge, uma questão social, uma dificuldade que elas estão passando ou mesmo, falar sobre as concepções de cada uma. A autora coloca elas de forma a não julgar sobre a vida ou modo de pensar, pelo contrário, a Akane Torikai se utiliza dessas diferenças para conversar e debater assuntos diversos.

Uma coisa que pensei depois de publicar o texto e que portanto, não está na resenha, é que a Akane Torikai tem uma abordagem diferente de crítica social de quando ela está na demografia feminina e de quando ela está nas demografias masculinas (Shounen/Seinen). É curioso que tanto “Jigoku no Girlfriend” como (aparentemente) “Onna no Ie” (publicado na BE LOVE), ela aborda a vivência de mulheres em uma casa. Aqui, com três que não se conheciam e em “Onna”, com mulheres da mesma família. Quando ela está na demografia feminina, a Akane tem uma tendência a falar de machismo e misoginia em uma perspectiva de mulheres se apoiando mutuamente, mulheres que passaram por alguma situação e que discutem assuntos da sociedade enquanto se ajudam (sororidade). Agora, quando ela está no Seinen, demografia que ela se tornou uma presença muito forte na última década – e foi onde ela alavancou a carreira – ela é muito mais direta e incisiva nas críticas, além de pisar nas feridas. Reflexo de estar falando com o público masculino, que é quem causa pressão nas mulheres. Como são os homens e o patriarcado que produzem o machismo e a misoginia, ela precisa ser muito mais direta para causar impacto mesmo. Por fim, queria lembrar que publiquei a tradução de uma entrevista com a Akane Torikai no fim do mês passado:
Ton visage au Clair de Lune #1
Demorei alguns anos – bons anos… -, mas finalmente escrevi sobre “Uruwashi no Yoi no Tsuki” no blog! Eu tenho o volume #1 do mangá desde Setembro de 2022, mas não conseguia comentar, porque não conseguia ler (acontece com frequência). Em Dezembro de 2023, a JBC anunciou o mangá no Brasil. Pensei: “comento quando o mangá tiver com previsão de lançamento”. Mas era Março e nem sinal da JBC dar alguma previsão concreta para o lançamento, então decidi comentar mesmo sem o lançamento estar próximo (fazer o quê).
“Uruwashi” conta a história da Yoi, uma garota com traços mais andróginos e masculinos e que por conta disso, foi apelidada de “príncipe” da escola. Num dado dia, ela conhece o Ichimura, o outro “príncipe” da escola, que fica muito interessado nas feições da garota – que inicialmente, ele pensa ser um garoto. O relacionamento deles começa com desconfiança, especialmente da Yoi, que acha o Ichimura um cara esquisito, enquanto que ele acha a Yoi uma figura muito interessante e intrigante. Por um motivo e por outro, eles vão passar a se cruzar mais e mais, até o estabelecimento de um romance. Falei super resumido, porque tem post de apresentação no blog, então recomendo lerem o texto

– Você tem um rosto muito lindo.
É um Shoujo muito legal! Ele compõe o chamo de “tríade” da Dessert, porque “Hananoi-kun” (o 1º), “Um sinal de afeto” (o 2º) e “Uruwashi” (o 3º) foram os grandes responsáveis pelo boom de sucessos que a Dessert está tendo e vivendo atualmente. Tanto Hananoi-kun, como Um sinal, eu já fiz post de apresentação no blog – foram os 2 primeiros, aliás – e só faltava ele para completar a trinca. Fico feliz de completar, ainda mais por serem três obras que achei muito boas! ^^
Para mais detalhes da obra, leiam o texto de apresentação ^^
Sasaki et Miyano #2
Lá no ano de 2022, há quase 3 anos, eu escrevi sobre “Sasaki et Miyano” aqui no blog pela edição francesa. Na época, o mangá tinha acabado de ter anime e a Panini tinha licenciado a obra no Brasil, então decidi por fazer um dos meus textos de apresentação. Eu comentei o volume 1 e uma parte do 2, que foi o que eu havia lido na época. Eu sofri MUITO na época para conseguir ler o volume #1, porque meu francês não era muito bom – e continua não sendo uma coisa UAU – e esse tipo de obra cai num problema que é: jovens falando gírias. O francês mais formal e mais do cotidiano, eu tenho uma certa tranquilidade em ler e entender, agora quando o mangá contém muitos jovens, a adaptação vai para as gírias e isso é mais complicado de pegar. Por exemplo, eu sofri muito para ler “Nomi x Shiba”, um BL que se passa em um colégio só para garotos.
Como tinha sofrido tanto, deixei o mangá de canto até dias atrás, até que perguntei nas redes sociais do blog se havia algo que gostariam que fosse comentado no blog e um dos pedidos, foi para “Sasaki e Miyano”. Resolvi tentar ler e não é que consegui?! Não só consegui, como consegui ler o volume 2 inteiro numa tacada só! Então, cá estou eu para comentar do mangá ^^

Bem, esse volume tem momentos bem legais. Eu gosto muito da relação do casal e do desenvolvimento que a Shou Harusono vai proporcionando ao longo da série. Acho tudo muito fofo e adorável de forma geral, além de muito divertido de acompanhar. Não fosse pela minha dificuldade com o francês, eu diria que é uma leitura muito fluida de se ter. Um dos aspectos principais do tomo foi o Dia dos Namorados e o White Day – o dia de retribuição dos presentes dados no Dia dos Namorados no Japão -, em que o Sasaki não sabia como lidar com o Miyano retribuindo o presente que ele deu no dia dos namorados. Detalhe que era um pacotinho super pequeno, estilo lembrancinha, mas foi o suficiente para deixar o Sasaki sem saber como reagir.
A autora seguiu explorando essa dicotomia entre: Sasaki fazendo (propositalmente) coisas que deixam o Miyano completamente envergonhado; e o Miyano fazendo coisas (de forma inocente, normalmente) que pegam o Sasaki de surpresa e o deixa sem saber como lidar… ou com uma enorme vontade de abraçar ou beijar o Miyano.


Agora, o grande momento, a cena mais emblemática desse volume é, sem dúvida nenhuma, o momento que o Miyano está conversando com o Ogasawara e nessa, ele vai para fazer uma carícia na cabeça do Miyano, quando o Sasaki – que estava passando pelo corredor – age impulsivamente por ciúmes e agarra o Miyano por trás para afastá-lo. O enquadramento, o desenho, a composição e montagem… tudo é muito sublime nessa página dupla! Nesse ponto da história, embora o Sasaki tenha dito – de forma meio leviana – que gostava do Miyano, ainda não foi uma declaração que o Miyano levasse seriamente, então não ocorria dele refletir seriamente sobre o assunto. Mas fato é que após essa investida, isso mexe um pouco com os sentimentos do personagem e o deixa pensativo sobre algumas questões.
O Miyano já foi apaixonado por uma garota quando estava no Fundamental, então ele rejeita a possibilidade de gostar do Sasaki, porém, ele não consegue negar que tem algo nisso tudo que mexe com ele. Nesse ponto da história, ele está mais para fugir de tudo do que encarar a questão para pelo menos pensar à respeito. Enquanto isso, do lado do Sasaki, ele se sente culpado por agir daquela forma e pensativo sobre o que ele pode fazer, seja com relação aos seus sentimentos, como também, sobre a sua atitude, terminando a história do volume ali.

Agora, quem também aparece nesse volume, na história extra do tomo, é o Kagiura, o amigo e colega de quarto do Hirano. Eles têm um spin-off próprio atualmente, mas nesse começo da obra, o mangá deles não existia, então a autora colocava extras que ela desenhava para material especial da série (CD Drama) nos volumes encadernados japoneses. E eu digo que fiquei muito apaixonado nesses dois! Eu não tinha particularmente um grande interesse nesse casal, acho o Hirano um bom personagem – assim como todo o elenco de apoio da série – mas não sentia uma enorme necessidade de conhecer o spin-off deles. Confesso que mudei completamente de opinião e agora preciso muito ler mais deles! Felizmente, na França, já foi lançado uma novel deles e o mangá está em publicação (tenho a novel e o volume 1) e lerei assim que possível!
O que gosto neles, principalmente no Kagiura, é o jeito emocionado dele. É algo muito especial o jeito dele. Basicamente, essa história extra é o Hirano indo acordar o Kagiura que tem dificuldade de acordar cedo e ele precisa ir para o clube de basquete. O Kagiura pergunta para o Hirano onde estão os brincos que deu para ele e pede para que ele os coloque. A história termina com o Hirano desejando um ótimo dia para o Kagiura e ele, depois, pensando “Ah, quero casar com ele!”. Ele é muito emocionado, mas de um jeito super fofo! Fiquei encantado e apaixonado!

– Desde quando você tem namorada, Kagiura?
– Eu não estou saindo com ela [a pessoa] ainda…
– Hein?

Os pedidos de leitura que comentei mais cedo no post, foi porque retomamos a parceria com a loja do Capitão Onigiri! Essa parceria, se tudo der certo, permitirá que eu consiga manter algumas coleções e como raramente pergunto para o público o que gostariam de ver sendo resenhado no blog – entre os mangás que saem no Brasil -, queria aproveitar essa oportunidade para ouvir algumas sugestões.
A primeira que atendi, foi a de “Sasaki” (que voltarei a comentar mês que vem, nas leituras de Abril ^^). Se vocês que chegaram nesse texto posteriormente e não sabiam disso, sintam-se livres para comentar pedidos de leitura também (especialmente se forem volumes 1).
Eu tenho amizade com o dono da loja há anos – um dia a gente faz alguma colab de conteúdo gravado – e é uma loja que eu já comprei muito e que eu recomendo muito. Produtos de qualidade e recomendo particularmente o bookcase deles. Sério, é muito útil. Para quem se interessar a fazer compras na loja, tem cupom de desconto valendo para o mês de ABRIL/2025: “onigiridechocolate“.