Fogo nos nobres nojentos!!!

Fogo nos nobres nojentos!!!

Do jeito que vai é capaz de comentar os episódios de “Moriarty: O Patriota” semanalmente hahahaha. Mas só lembrando que não tenho esse compromisso de comentar o anime semanalmente, ok? Se eu estiver com vontade/disposição, eu faço e assim vai ^^


Em vista dos outros dois episódios, esse terceiro foi o menos empolgante. Mas não vejam isso como ponto negativo, afinal, ele funciona exatamente como um fechamento para a apresentação da trama, dos personagens e do contexto de como a família Moriarty se formou. Algo que eu não comentei na postagem do episódio 2 e que o @khonshu99 falou em particular sobre ele ter ficado um pouco perdido em uma das transições dos momentos da história dos personagens.

No episódio passado eu cheguei a criar um leve confusão, porém, como eu reassisti o episódio para fazer o post, essa sensação passou. Todavia, neste episódio isso voltou com um pouco mais de força que anteriormente, porque há momentos pontuais em que as transições de tempo são curtas. Como a narrativa precisou avançar um pouco mais no passado para criar o contexto de como o Albert conheceu os dois irmãos, esse espaço de tempo é muito curto. Logo, as aparências físicas não mudam. Quando o anime retorna para o presente daquele ponto, causa um estranhamento por não ficar muito claro que voltou ou avançou no tempo, compreendem? Espero que sim hahaha.

Nesse episódio vemos um pouco do desconforto que os demais membros da casa dos Moriarty sentem com a ideia de adoção dos irmãos. O ponto que o dito chefe da família chega apenas por interesse político, fazendo até pose de bom moço, demonstrando ter interesse em tratar a doença do Louis, mas no fim das contas, também será sua ruína hahaha. Além desse incômodo, temos algumas situações de abusos, que por sinal, haviam tido nuances do que acontecia em episódios passados. No caso falo da pequena desgraça chamada William. A pestinha é um nobre nojento. O ranço que tenho dele vem desde o segundo que ele apareceu. Aquela cara de esnobe me irrita e aqui tivemos um pouco do quão nojento ele é.

A começar que o garoto tem uma tara em castigar pessoas com garfadas (nobres são doentes!). Fez o Louis fazer uma chá para ele como se o garoto fosse um servo da casa, tratou o menino como um qualquer, jogou a bebida no carpete e ainda queria que ele limpasse com a língua (Já disse que odeio nobres?)… O ódio que senti disso. Para completar, o pobre do William ainda teve que se dar uma garfada, porque essa era a punição que o outro lá determinou. Aproveitando é interessante que o Moriarty substitui o “William original”. Nos seus passeios à cidade ao qual ele faz boas ações para o povo pobre, ele se passa pelo William. Por isso no episódio 2 a população estranha a aparência dele, porque o garoto quase não saía de casa, então conveio o Moriarty se passar pelo nobre.

No fim essas ‘pequenas ações’ vão corroborando para o Albert tomar sua decisão final. Antes disso, ainda temos um contexto da “provação” que o Moriarty quer para que o Albert conte com a sua ajuda. Acho interessante o Albert não conseguir olhar na cara dos seus familiares e ter aquele borrão escuro na cara deles, mostrando a repulsa que sente pelos seus pais e irmão. Cada declaração horrorosa deles vai culminando para que ele vá se cansando e gerando um desgaste interno sobre seu apreço familiar. Tudo para eles e para as pessoas que ele cresceu envolvido é sobre dinheiro, interesses próprios e se achar superiores às pessoas. Eu cheguei a comentar nas primeiras impressões que de alguma forma, os interesses dos três estariam interligados. O episódio 3 esclarece isso muito bem 🙂

E chegamos na melhor cena do episódio. Novamente a direção sabe criar o ambiente perfeito para a tensão. Usam a cor vermelha utilizada anteriormente, então você já imagina o que virá ali. A câmera e a entonação de voz dos dubladores é perfeita, conseguindo dar o tom que é necessário para aquele momento. E o palco está pronto para o show. Albert conseguiu provar do que é capaz de fazer. O Moriarty oferecerá o conhecimento necessário para a ação, mas o ato em si nunca virá dele. Não é ele quem suja as mãos, criando sempre um “crime perfeito”.

E essas criaturinhas são extremamente ardilosas. Eles se apegam TANTO ao ideal de crime perfeito, que o Louis queimou o próprio rosto, para tornar a história dos três o mais palpável possível, ainda seguindo a ideia de ter que provar sua determinação. Como o Moriarty pontuou, até então a situação dos três era de ajuda mútua, com o protagonista oferendo seus conhecimentos e o Albert sendo o financiador deles para que alcancem seus objetivos. Mas ali no final deu para ver que há uma intenção de ir além disso. Os objetivos deles ainda é de eliminar o que há de ruim naquela sociedade, porém deu para ver que uma família estava se formando e pelo que já vimos deles no tempo presente, os três se consideram como uma irmãos de fato. Tem requintes de crueldade no que eles fizeram ali? Sim, talvez… Mas é aquilo… Não consegui sentir um pingo de compaixão por eles. Todo o trabalho da obra é para fazer você se desapegar desse lado moral e tacar um ‘foda-se’ para os personagens que são ruins.

Uma coisa que pode soar incômoda para alguns é que a cena final com a mansão pegando fogo com o Albert, William e Louis saindo de lá vivos, não causou surpresa por ter sido mostrado no finalzinho do episódio anterior. Na postagem sobre aquele episódio, eu confundi e pensei que se tratava do orfanato. O @japonesco comentou comigo que se tratava da mansão depois que a postagem foi ao ar, mas não deu grandes detalhes. Por isso para mim a cena até que funcionou e causou surpresa, mas somente por essa confusão minha. Acredito que para quem reconheceu que se tratava da mansão, pode ter sido desanimadora a cena. Eu entendo que ela foi colocada ali como um gancho e que funciona muito bem para chamar atenção, mas não sei se o resultado final valeu a pena.

E só reforçando pela última vez (nessa postagem, rs) que amo como tudo que o anime apresentou como elementos narrativos até aqui, se amarram muito bem no enredo! Achei maravilhoso que no fim vemos que o Moriarty estava apenas narrando seu passado para aquele passageiro do trem que comentava sobre cavalos no início do segundo episódio. Achei maravilhoso, porque naquela cena inicial dos dois, o anime corta e vai para a OP. Logo em sequência já tem-se o início do flashback. A produção tinha dado a entender que não passava de uma ponte de assuntos entre a conversa do Moriarty e o que ele pensava anos atrás na sua infância. Foi ótimo antes e foi igualmente excelente agora, porque ficou natural e não aparentou ser uma narração desse passado do personagem. Foi muito melhor do que ter deixado claro que era o Moriarty fazendo uma “exposição barata” do que aconteceu na sua vida. Parabéns à produção por ter conseguido passar essa naturalidade da cena e não deixar apenas como uma conveniência de roteiro.


Lembram-se que pontuei na postagem comentando o episódio 2 que a moral seria algo muito debatido aqui? Então, o anime trabalha de uma forma que mostre que aquele nobre é um completo lixo, que desdenha e mata de forma direta ou indireta as pessoas de classes mais baixas só por ter uma condição financeira melhor. Ele também mostra o quão podre são as divisões sociais e como ela escraviza a população para se sustentar, para no fim, você chegar no dilema moral de: o assassinato daquele(s) nobre(s) é ruim ou não? É algo tido como errado, afinal é alguém sendo assinado. Mas em vista de tudo que aquela pessoa representa, a inexistência dela na sociedade é um favor! Então eu me empolgo com isso, porque ao mesmo tempo que estarei pensando – “Nossa, foi assassinado”, eu também vou estar – “MORRE NOBRE MALDITO!!!” ^^

Inclusive volto a dizer que grandes riquezas é algo que não deveria existir. Uma pessoa que concentra bilhões, trilhões em dinheiro, enquanto outras milhões não tem um centavo. E Moriarty questiona isso, enquanto uma parcela minúscula da sociedade vive de regalias, a grande massa sofre e morre na miséria, com fome, sem lar, na exaustão do trabalho. Lembrando que o anime se passa durante o período da Revolução Industrial, portanto, ouve a crescente demanda de pessoas em fábricas e de trabalho escravo (porque era quase isso). Ah, eu cheguei a comentar no Twitter (acho que foi lá) que não entendia muito bem o sentido da palavra “Patriota” que havia no título. Porém, acho que passo a compreender melhor o sentido da palavra. O Moriarty pensa nessa questão de desnível social em escala global. Ele acha aquela sociedade (britânica) podre e quer corrigir isso. Ele mesmo verbaliza esse desejo de tornar aquela terra um país perfeito. Acredito que ele só se importe mesmo com sua terra natal, não com as desigualdades sociais do mundo inteiro.


Essa postagem era para ter sido lançada antes do episódio 4 sair, mas acabou que fiquei enrolado por estar havendo dois eventos online na Europa (Manga Barcelona na Espanha e Lucca Comics & Games na Itália), e eu quis ver algumas palestras, vídeos e ficar por dentro do que foi anunciado de mangás e novels nesses dois eventos. Entretanto, a postagem sobre o episódio 4 deve sair mais cedo. Já estou me preparando para fazê-la, então não deve demorar muito mais para sair ^^

Protegerei o Louis com todo o meu ser!

9 thoughts on “Yuukoku no Moriarty (Moriarty the Patriot/Moriarty: O Patriota) #3 – Impressões

  1. Corri aqui pra comentar!!!
    A produção do anime está maravilhosa, embora eu também não tenha entendido pq eles colocaram a cena da mansão pegando fogo antes de explicar todo o contexto.
    A única coisa que me deixou um tiquinho (mas bem pouco mesmo) descontente foi a parte que eles encurralam o verdadeiro William no quarto. No mangá é um tanto mais cruel, pq teria mais um personagem ali no ambiente que daria ainda mais credibilidade ao ódio e asco que o Albert sente pela classe nobre. Mas mesmo assim foi satisfatório.
    Se continuar nesse ritmo, será excelente.

    1. Eu não tinha reparado especificamente nisso, porque acho os três MUITO lindos ali hahaha. Mas realmente, é tão bem feitinho e bem colorido ❤. Eu gosto muito de quando ressaltam a cor vermelha nos olhos do Moriarty, deixando ela vibrante nas cenas mais climáticas do episódio.

  2. Finalmente cheguei, tava defendendo meu TCC no dia do lancamento desse artigi manos, graças a deus deu certo. Bom, vocês notaram que no final do episódio os irmãos Moriarty e Louis mudam de nome? Não se se me confundi, mas o Albert inverte e diz para os bombeiros que os dois são os filhos legítimos dos Moriarty. Vejam só a o nível de devoção em que Moriarty consegue dissuadir em Albert nesses ideiais. Mano, Moriarty me lembra muito aqueles líderes Hippies dos anos 70 e 80 que conseguiam manipular fé das pessoas para em nome de ideiais bonitos, mas cheios de problemas. Isso que falo também serve para aqueles líderes religiosos crentes no Brasil que ganham multidões, os seus gados kkk. Moriarty também me lembra aquele modelo de pessoa que fala em fazer justiça com as próprias mãos. Você falou perfeitamente mais uma vez como a moralidade é questionável no anime, e ainda faço a provocação, não seria possível transportar essa questão para o contexto atual? Com Bolsonaros e “defensores da família”, “moral” e “bons costumes” ? No caso do Moriarty é a de defender os que estão em situação marginalizada na classe social mesmo, tipo os nossos políticos “defensores dos pobres”. Viajei mais é isso hahaha

    Ps: amando esse animeeeee

    1. Da para fazer sim, essa relação. É muito boa por sinal, é uma grande defesa de ideias que podem ser questionados, o Moriarty ainda está acima, porque a causa que ele defende são as classes mais pobres que são desamparadas e abusadas por ricos. Bolsonarista faz justamente o oposto e ataca minorias no processo.

      Mas enfim, o Moriarty literalmente toma o lugar do William, a começar que ele já se passava pelo William nas suas andanças pela cidade, então ele só assumiu de vez o lugar do irmão de sangue do Albert. O Albert abraçou TUDO que o Moriarty propôs, ele já chegou ao ponto de matar a própria família de cara e eu tenho certeza que esse é um dos níveis mais baixos que ele pode chegar para realizar seus objetivos.

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