Sou obrigado a ter empatia? Óbvio que não!

Sou obrigado a ter empatia? Óbvio que não!

Olá pessoas! Desculpa demorar TANTO para lançar a postagem. Sempre aparecia algo mais urgente, seja postagem para o blog, algo que precisávamos cobrir no Twitter do blog, ou até procrastinação. E o fato de eu ter passado 2 dias inteiros vendo série taiwanesa e negligenciando todo o resto que tinha para fazer… Dessa vez terei certeza de garantir que a postagem sobre o quinto episódio de “Moriarty” seja lançada 2 dias depois desta (é o tempo dessa pegar visualizações sem a outra atrapalhar). Então vamos do episódio 4 de “Yuukoku no Moriarty” ^^


Aparentemente o anime seguirá contando casos curtos em alguns de seus episódios. Eu penso que deve seguir assim: terá capítulos contando uma história fechada dentro dele e outros com mini arcos de no máximo 2 episódios. Talvez tenhamos alguma trama mais elaborada na reta final dessa temporada da animação (lembrando que o anime continuará na Temporada de Primavera/2021). Mas não sei. Há alguns personagens que fazem parte desse leque central do Moriarty, junto do Albert e Louis, e que ainda precisam ser apresentados. Um deles eu sei que já será introduzido no episódio que vem. Então ali mesmo pode ser que renda uma história um pouco mais longa para o personagem.

Imagem do episódio 5 divulgada semanas atrás pela conta oficial do anime (@moriarty_anime).

Sobre o caso do episódio, ele funciona mais ou menos como foi apresentado no episódio 1 e 3. Te dão uma pequena cartada, por vezes fora de contexto, até irem te explicando o que está acontecendo, ao mesmo tempo que te mostram N motivos para você pegar ranço do nobre nojento da vez. Todavia, uma coisa que não me agradou muito é que, diferente dos outros episódios, esse em especial teve detalhes sendo expostos de forma mais convencional. Enquanto os outros episódios diziam por si próprios ou diluíam as informações no seu decorrer, esse acabou ficando levemente mais aquém. A segmentação dos fatos foram colocadas praticamente todas de uma vez em uma única cena. Ficou bem evidente que o tempo estava apertado para dar uma segmentação mais apropriada. Mas de longe essa é minha maior crítica para o episódio, porque no resto foram só qualidades 🙂

Assim gente, não vou ficar descrevendo o caso não, então vou resumir a base dele e vou comentando esses aspectos. Não quero ser maçante com os posts. O caso é bem estruturado, seguindo bem apresentando um pedaço do que aconteceu antes de entrar a abertura do anime. Mesmo com pouco tempo, a direção consegue dar uma camada muito boa para a perturbação psicológica da Michelle por causa da perda do filho, assim como conseguem passar bem o sentimento de revolta com o que aconteceu. O nobre é um filho da puta. Não sou obrigado a sentir empatia com a desgraça. Gosto de como os personagens cometem o crime e o exagero (esperado) na morte do nobre, e gosto da mensagem no final do episódio.

Começando pela estruturação, como mencionei, eles fazem uma pequena introdução dos três personagens centrais da história e indicam o que aconteceu para depois ir contando o crime. Acho que o ponto a se destacar, como já vem sendo costumeiro, é a questão da empatia diante do crime. Eu conversei com uma seguidora do blog (@cantinhofujoshi) sobre como Moriarty traz essa visão distorcida do fazer ‘justiça’, que apesar de não ser o certo a executar dado as questões morais, MAS temos que considerar que naquele sentido, no momento histórico, nada seria feito se o Moriarty não entrasse na história, afinal, são nobres e para eles, os pobres são meros instrumentos descartáveis. Se estiverem ou não ali como indivíduos, não importa! Há outros milhares de iguais para substituir.

E aqui o Belfor (nobre) praticamente ameaça que se ele (Burton) causasse problemas, no caso se refere a pedir por um atendimento porque o filho dele corre risco de vida, ele poderia ser demitido. Isso não chega a ser dito verbalmente, porém a expressão facial do Belfor diz por si só. E tipo, imagine a situação do cara. Ele quer que seu filho seja atendido e tenha a vida salva, entretanto se ele insistisse, o patrão o mandaria embora e aí? Burton perderia o emprego, há contas para pagar, o que facilmente poderia acarretar em perder a casa que tem, ter que viver na rua, passar fome, pegar alguma doença e morrer tanto ele, como filho e esposa. A Michelle até tenta implorar, mas seu marido intervém, porque sabe que poderia trazer resultados ainda piores, considerando ainda que ele é um jardineiro e o Belfor é o único senhor dali que possui um jardim para ser cuidado. É uma escolha que eles não deveriam precisar fazer. É completamente desumano essas ações (o que me deixa bem puto).

Apesar que, de certa forma, eu comemore quando o nobre desgraçado se ferra, ainda coloco a mão na consciência pelo crime. Fora que o dito nobre não é nenhum santo, MUITO longe disso! E no caso desse, ele cometeu crime de negligência médica, só por ser um filho do subordinado e que ‘não é digno’ de receber atendimento. O que o Moriarty arma para o cara continua sendo errado. Não sinto pena e dependendo, foi até pouco para ele. E falando na morte, é bom frisar que ele tomar o suco de toranja junto do remédio e isso causar a morte dele é um claro exagero, ok? Não é bem assim que funciona na realidade. Mas é ruim? Não necessariamente. É um cenário imaginário e apesar dele ser fundamentado em um período histórico real, ele não tem a obrigação de ser completamente verídico e acredito que vamos ter alguns exageros mais aqui e ali para dar embasamento aos assassinatos, que não exija muito da sua suspensão de descrença. Em resumo: não deve ser um “Crimes Perfeitos” da vida (o mangá é publicado pela Panini).

Embora eu tenha reclamado da exposição do contexto da história em praticamente uma única cena – no bar -, aquele segmento todo é muito bom. Gosto de como trabalham em pouco tempo e com takes rápidos o quão afetado ele e sua esposa estão. Fica ainda melhor durante a cena do assassinato. Parando para pensar, o Moriarty manipula o sentimento de revolta das pessoas para alcançar seus objetivos, que são até em comum com os outros. Foi assim com o Albert e sua família, com a Michelle e seu marido, e deve seguir sendo assim até ele conseguir a utopia que deseja (coisa que sabemos que ele não conseguirá).

Agora, na cena do assassinato em si, a direção estava muito afiada. Dou destaque para a cena da Michelle cortando as toranjas, com ela perturbada enquanto precisa servir o cara que causou a morte do filho dela e enquanto ela vai cortando as frutas, o suco que sai vai ficando mais avermelhado até ficar como sangue. Gosto MUITO desse trabalho com as cores, sobretudo com tons de vermelho. É muito envolto de cores fortes, até mesmo por aquele período em que pessoas morriam de exaustão em fábricas e no trabalho. Juntamos com a fome e abusos, é um período muito sangrento por si só. Como Moriarty trabalha com assassinatos, é bem interessante ver esse jogo de cores. Ainda mais que no mangá não temos isso por ser em preto e branco. É legal ver que a direção está sabendo criar e usar recursos visuais para o anime ^^

Como já mencionei outras vezes, eu acredito que só eu sou TÃO empolgado com Moriarty por causa da direção. Se não fosse ela e os momentos fabulosos que ela cria, eu provavelmente não estaria gostando tanto assim. Não que ela seja ruim, porém parte do charme da animação vem do que o diretor está fazendo

E nem na hora da morte o velho deixa de ser escroto. Queria que deixasse a Michelle lá e consigo imaginar muito bem que tipo de atrocidades que fariam com ela. Ele dizendo que dará a ela “o que merece” chega a ser repugnante só de pensar. E só falando de cores pela última vez aqui, gosto do avermelhado no fundo, enquanto todo o resto está acinzentado, com cores mais destacadas, novamente, no vermelho (gravata e olhos, por exemplo) e no roxo que estava presente no rosto do Belfor. Sobre o método usado, gosto de como o Moriarty bola uma situação para que o Belfor sinta na pele o que é ter atendimento médico negado. Ele arquiteta tudo usando recursos que o ambiente tinha dado e faz o cara pagar na mesma moeda. Sensacional!

Por fim, adoro que o casal poderia ter aquele choque de realidade por terem cometido um crime, o que é bem fácil de se imaginar, porque tudo foi muito de impulso. Ambos estavam com ódio acumulado e o Moriarty estendeu uma mão de ‘justiça’, e com ela, a possibilidade de trazer uma sensação de calmaria interna, de satisfação. Mas os dois estarem juntos pode dar um sentimento de recomeço. Legal que o Moriarty consegue um emprego para o marido em outra cidade com um conhecido, dando aquela impressão de “Olha como tudo terminou bem.” 🙂


No demais, para esse episódio é isso. Mais uma vez desculpa a demora e em breve deve sair os comentários do quinto episódio. Ah, uma novidade. Estou feliz, pois comprei os volumes 1 ao 6 da obra. Estou louquinho para poder ler e sim, faremos resenha do volume 1 em algum momento. Antes que eu me esqueça, alguém que lê o mangá pode me contar aí nos comentários em qual volume/capítulo o anime parou NESSE episódio (4)? Eu agradeço muito! ^^


Irei proteger o Louis por ser esse anjinho fofo!

12 thoughts on “Yuukoku no Moriarty (Moriarty the Patriot/Moriarty: O Patriota) #4 – Impressões

    1. Senhor amado, estou sendo mais fiéis do que achei que seria o_O

      Você tem um palpite de até qual volume vão adaptar nesse cour?

      Torcendo para o anime fazer sucesso e eles continuarem adaptando mangá (nem estreou o segundo cour e já quero mais hahahaha).

  1. Uma coisa que eu percebo assistindo esse anime é que, nesse mundo, as pessoas só valem o que tem (no sentido material). Tipo, veja como todos tratam o William bem. Mas aposto que se soubessem de sua origem humilde, mesmo sua boa aparência e inteligencia formidável nao seriam suficientes para impedir os nobres de o olharem de forma torta e preconceituosa. E o mais triste de tudo isso é que isso ainda acontece hj em dia, com pessoas mais abastadas materialmente se achando melhores que os menos favorecidos e no direito de humilharem que eles consideram “inferior”

    1. Siiim!!! São coisas de construção social e que perduram até hoje. E de fato, se soubessem que o William veio de um orfanato e ele sendo pobre, duvido muito que tratariam ele da mesma forma que o tratam agora. Já tivemos um pedacinho disso, aquele mordomo da casa deles no passado tratava eles com menosprezo, até não queria que o Albert se misturasse com os Louis e William 🙁

    2. Ranços antigos são tão difíceis de tirar numa sociedade, neh?

      O culto da aparência e do prestígio social ainda existe só que com outros nomes.

  2. Tardo mas não falho rs
    Gente, Esse episódio foi mais um daqueles que mostra como o William consegue entender os anseios das pessoas que passam por momentos de injustiça. Para que proposito? Eu ainda não sei.
    Sei que ele se vinga sem sujar as mãos e está ajudando a desequilibrar essa ordem social ao eliminar nobres.
    (Nobres escrotos, mesmo)
    No livros do Sherlock, o Moriarty acaba causando uma sociedade povoada por crimes, é como se ele fosse um rei de uma grande máfia nos submundos de Londres.
    Sabe? eu quero ver esse circo pagar fogo, quero ver como o William fará a subversão dessa sociedade por que ainda não está muito claro. É só se vingar e pronto? Mover esse apelo popular contra a nobreza para que fim? É o que estou mais curioso pra saber ❤❤❤

    1. Siiim!!! Quero muito ver essa mudança que ele irá causar na sociedade. No episódio 6 evidenciam mais desse plano dele e dentro daquela situação, o plano funciona. Mas como ele vai fazer isso funcionar em uma escala maior? Como ele vai fazer o povo se rebelar à nível de uma cidade, de um PAÍS??? Estou muito curioso para a construção do caos.

  3. Sim, o Louis mó fofinho ❤

    Gente é errado querer o Louis e o William numa sauna comigo? 🔥

    Se tem homem feio nesse anime, com certeza é um nobre FDP kkkk

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