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Poucas leituras e muitos atrasos...

O tempo passa voando e já estamos em Junho. E minha meta de um post por mês comentando o que li no mês já foi para o ralo. A razão, no entanto, é bem plausível: em Maio, eu fiquei terrivelmente ocupado (e desesperado) escrevendo meu projeto de Iniciação Científica (IC) e não tinha tempo (nem cabeça) para ler mangás ou escrever posts. Por causa disso, eu li pouquíssimo nesse período e, na verdade, não é exatamente um prejuízo, porque por exemplo, em Abril eu li 4 volumes, mas em Maio, eu só li um mangá (que já fiz resenha no blog), então fazer post comentando UMA unidade de obra – e que eu já comentei num post solo – nem faria muito sentido. O tempo passou, mas pelo menos consegui escrever o meu projeto e ele foi devidamente enviado em 17 de Junho e agora, é esperar e torcer ^^

Nesses dois meses, o que fiz foi a retomada de uma série que amigos me cobravam muito para voltar a ler, dei continuidade a leitura de uma outra série que retomei não faz muito tempo e, por fim, li o volume #1 de um mangá que estava devendo resenha há muito tempo 🙂


Atelier of Witch Hat #2 e #3

Com o anúncio da adaptação em anime, me senti na “obrigação” (modo de dizer) de retomar a leitura de “Atelier of Witch Hat“. Embora o anime não tenha data de lançamento ainda, achei pertinente retomar a leitura do mangá, até para estar mais ciente da obra e saber o que vem para o anime. Além disso, amigos falavam para eu voltar a ler e eu só enrolava, então bem, resolvi retomar.

Um aspecto que lembro de ter comentado quando fiz resenha do 1º volume da obra (link ao fim dos comentários da obra) é que era um mangá legal, com potencial, mas que naquele momento, ainda não tinha me fisgado completamente – daí a minha preguiça de continuar lendo – e nesses dois volumes seguintes, a autora consegue apresentar mais coisas e deixar a história mais interessante de forma geral.

O volume #2 dá continuidade ao (excelente) gancho do primeiro volume, com as garotas do Atelier precisando fugir de um dragão após terem sido levadas para um lugar longínquo do qual elas estavam. A autora usa esse primeiro ato do volume para explorar mais das habilidades das garotas e as dinâmicas – bem desastrosas e meio destrutivas – entre elas. Ocorre que elas não são exatamente bem entrosadas, especialmente no caso da Agathe, que é mais apartada das demais. No entanto, apesar das diferenças e enfrentamentos que elas possuem, precisam trabalhar juntas se quiserem sair vivas e inteiras daquela situação. A situação de nervosismo faz as garotas “explodirem” e como os ânimos estão à flor da pele, quem sai mais como ‘a culpada da situação’ é a Coco, que não sabe bem o que fazer, já que tudo é muito novo para ela e nesse processo, ela acaba mais atrapalhando tentando ajudar. Porém, ela nota um círculo mágico desenhado em um ponto e a partir disso, elas montam um plano para tentar escapar dali.

Esse ponto do volume é bem legal. Não tem nada de novo ou revolucionário – e nem precisa – porém, a Kamome Shirahama constrói muito bem momentos e suas personagens. A Tetia é uma das aprendizes do Atelier e que não possui muita confiança em si, por não ver utilidade (um uso prático) na magia que ela faz e a autora se utiliza desse momento de confusão para dar um ganho de autoestima para a personagem, fazendo ela perceber que através da sua magia, é possível sim, fazer outros se sentirem felizes e no caso, foi um dragão ^^

O Qifrey consegue achar as meninas e intervir para tirá-las de lá. No entanto, é nesse momento que um dos bruxos de “chapéu com aba” (os vilões da narrativa) aparece sorrateiramente e deixa um “presente” para a Coco, que estava desacordada no momento. Eu gosto muitíssimo do mistério envolvendo esse grupo de vilões. São eles que serviram como o grande ponto de partida, estando envolvidos com a tragédia com a família da Coco e agora, atuam nas sombras envolvendo a personagem. Eles percebem que ela tem algum potencial para que os planos deles caminhem, então eles estão sempre por perto, atuando para criar pequenas (grandes) confusões, e a próxima vai envolver a Coco bem diretamente.

Mas antes da tragédia voltar a se instalar, a autora, claro, coloca momentos de respiro em que não só temos a Coco descobrindo mais sobre magia – o que elucida mais do mundo para os leitores -, como praticando sobre as magias básicas. O tom que ela assume para esses momentos é bem cômico, o que torna a experiência de leitura muito agradável! São momentos bem gostosinhos e que são realmente um respiro antes dela retomar o aspecto mais sério da história. A Kamome apresenta uma variabilidade incrível de magias e eu gosto como ela estipula desenhos para tudo, porque exige um nível de dedicação e criatividade enorme, dado que não é só falar que “magia existe” ou proferir palavras, há todo um esforço na criação dos desenhos, em que cada traço, cada símbolo, vai trazer uma funcionalidade e a alteração de um milímetro desse desenho, pode trazer um efeito ora contrário, ora potencializador ou enfraquecedor para a magia preterida. É um esforço muito grande da autora e que eu aprecio muito, já que enriquece o mundo nos detalhes (e isso faz muita diferença quando se pensa no todo da série).

Nesse volume, somos apresentados ao Orugio, que é amigo (👀) e trabalha com o Qifrey no Atelier. Ele é meio rabugento e assim que descobre que a Coco foi vitima de uma magia proibida, ele rapidamente quer atuar para entregá-la ao Conselho de Segurança Mágica – o que o Qifrey não permite – e, apesar de sua postura sólida e pouco convidativa, ele é aquele personagem que se preocupa com os demais e não é que ele tenha algo contra a Coco (ou qualquer outras das aprendizes) propriamente, é só o jeitinho dele. E como a autora vem fazendo até aqui, ela não demora muito para “quebrar” um pouco dessa impressão rígida que ele passa inicialmente.

Na reta final desse volume, a autora inicia o fatídico ato da desgraça como havia comentado. O que ocorre é um incidente provocado pela chuva e os cidadãos vão até o Atelier pedir ajuda. O Qifrey se arruma e a Agathe quer ir junto – nesse ponto da história, a gente vê que ela tem uma ambição grande e sente uma necessidade muito grande em provar o seu valor e suas habilidades. O problema é que ela ainda não passou no segundo teste, que lhe daria aval para fazer magia na frente de humanos, mas o Orugio dá um voto de confiança e leva com ele, enquanto que as outras meninas vão atrás para ajudar com eventuais necessidades dos locais. Tudo parecia correr bem, o Qifrey e o Orugio foram verificar se haviam mais problemas além daqueles, até que ocorre um acidente envolvendo um dos aldeões e a Coco. Os pormenores eu vou pular, mas o fato importante é que a ação dos Chapéu com Aba entra em cena através de um “presentinho” que deixaram para a Coco quando ela estava desacordada e isso cria um desastre ambiental enorme.

Esse desastre ativa a ação do Conselho de Segurança Mágica e é sob a ameaça de ser capturada e ter a memória apagada que o volume acaba. O terceiro continua o desenrolar desse evento e apesar da confusão, eles precisam deixar isso de lado para ajudar os habitantes.

A parte que acho mais interessante nesse volume e uma das que mais gostei até agora é que o Qifrey pode ser bem… bad vibes, por assim dizer. Sem entrar em muitos detalhes para não spoilar nada para quem não leu (farei isso só até esse volume), o Qifrey não é um personagem tão preto no branco, tem uma camada muito interessante nessa busca e investigação dele sobre os Chapéus com Aba. Ele quer descobrir mais sobre o grupo e busca uma forma de chegar até eles, sendo essa uma das razões para ter abrigado a Coco, e digamos que ele está disposto a atravessar muita coisa para chegar nesse objetivo. Ele burla várias regras mágicas – como não ter relatado o incidente com os pais da Coco – e tenta despistar várias outras para que o Conselho de Segurança Mágica não entre em cena e “estrague” os planos dele.

Por atuar nas sombras, isso dá uma faceta misteriosa e mais sombria para o personagem que, até então, vinha se mostrando apenas como um mocinho da história (não que ele tenha deixado de ser). Fiquei muito fascinado pelo personagem no desenrolar desse volume, porque ele está entrando em um terreno muuito interessante. E como ele está ocultando várias coisas, se infiltrando em outras e mentindo (ou ocultando) sobre várias outras coisas, o que eu imagino que em algum momento vai dar ruim, porque é provável que as coisas se apertem em algum momento da história e eu estou muito curioso para ver esse momento chegar e as consequências que isso trará para ele e para quem está a volta dele.

Nesse volume, quem também ganha mais destaque é o Tartar, o aprendiz de bruxo do Nornoa. A certa altura, a Coco fica doente e é ele quem ajuda a Coco no hospital quando ela estava sozinha e precisava de um medicamento. O Tartar sobre de argentocromacia, uma doença que faz com que só se enxergue cor prata (cinza) em tudo. Ele e a Coco têm um pequeno “embate” no começo do tomo, quando ela causa problemas na loja e o Tartar, como não consegue ver cores, não consegue identificar o que é cada frasco sem as etiquetas (que foram derrubadas por causa da Coco). Mas juntos, lá no fim, eles conseguem se entender com uma ajuda mútua, o que rende cenas bem bonitinhas deles dois.

A autora tem uma passagem muito legal sobre a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência como ele. Ele tem uma doença que permite que ele só enxergue as coisas cinzas e no mundo mágico, cores são muito importantes para a identificação de coisas e substâncias. Porém, como pessoas como ele são minoria, não se pensa em acessibilidade, então não há etiquetas ou material de identificação das fórmulas ou substâncias, o que torna a vivência dele como aprendiz de bruxo muito limitante, o que por sua vez, traz uma baixa autoestima nele e uma sensação de que não há como ele avançar muito além, já que existe um favor limitante.

Vale dizer, também, que o Tartar é o primeiro que começa a estranhar algumas coisas a respeito do Qifrey e a sua ~ bad vibe ~.

Por fim, uma coisa interessante que é colocada mais ou menos na metade do 3º volume, é sobre como as “pessoas comuns”, de certa forma, passam a ter uma visão distorcida dos magos, como se eles estivessem lá para atender às suas vontades e sem se importar com a situação, se eles podem, quando podem, há uma cobrança muito grande em cima deles para que atendam aos desejos e vontades do restante da população. No volume #3, a Coco fica doente e enquanto ela está no hospital, surge uma necessidade de um mago para combater um incêndio. O Qifrey não queria deixar a Coco sozinha no hospital, mas os habitantes fazem pressão para que ele vá mesmo assim. Não é essencialmente maldade, nada disso, mas é de uma falta de tato impressionante…

Enfim, foram dois bons volumes e a série está em uma boa crescente até aqui. Espero que continue a melhorar nos próximos tomos. Relembro a resenha que fiz do volume #1 há alguns anos:


Sasaki e Miyano #3 e #4

Esses volumes seguem desenvolvendo a relação dos personagens. No final do volume #2 e agora, no começo do #3, temos o Sasaki se declarando para o Miyano, dizendo que o ama. A reação do Miyano é de confusão, que não só se sente muito envergonhado por ter alguém se declarando para ele, como gera a reação de achar que o Sasaki estava brincando ou ele não soube se expressar direito. Nesse aspecto, “Sasaki e Miyano” está muito ligado a uma veia do Shoujo que é meio que do melodrama, em que os personagens vão e voltam nos seus sentimentos, refletem sobre, ficam inseguros e isso leva um tempo até que os personagens cheguem na conclusão de que gostam um do outro e decidem namorar finalmente.

– Eu queria te dizer… que eu te amo, Miyano

Apesar disso, o Miyano diz que vai refletir sobre a declaração e pensar nos seus sentimentos pelo Sasaki seriamente. O espaço entre a declaração e a decisão do Miyano de pensar sobre ela é de um volume inteiro e esse espaço de tempo é preenchido por aquelas esquetes deliciosas de ler e acompanhar. É bem divertido como sempre.

– Desculpa… eu não consigo me impedir de ser afetuoso com aquele que eu amo!

(Ele não é adorável?!
🥹)

No volume #4, temos dois atos importantes: o festival escolar, em que o Miyano vai se vestir de garota como atividade da turma no festival e o reencontro do Miyano com uma antiga colega de classe. Ele e essa colega tiveram um mal entendido, com ela querendo que ele fosse modelo para ela desenhar e o vestindo de garota. Esse reencontro ocorre bem na frente do Sasaki que age de forma ciumenta, o que nela causa uma reação do tipo “omg, temos um casal?!?!?!“. De novo, tudo muito adorável e o que ajuda muito a obra nesse sentido é a arte da autora, que é incrível! A ótima quadrinização dela também torna esses momentos de “ataque” do Sasaki muito mais intensos.

O restante do volume é focado principalmente nos preparativos do Festival Escolar e de novo, muitas esquetes de comédia e momentos mais ‘bobinhos’, que são sempre divertidos e são ótimos de acompanhar. Nesse meio tempo, temos tanto um aspecto de inquietação do Miyano pela forma como o Sasaki agiu, já que ele foi pego de surpresa e o Sasaki não titubeia nas suas confissões amorosas, o que o deixam ainda mais confuso e meio pressionado com tudo aquilo. O ápice vem no fim do volume, com o Sasaki mais uma vez reiterando a sua confissão e perguntando da possibilidade do Miyano não participar do concurso de crosdresser. A julgar pela forma como anda, creio que no próximo volume haja uma decisão do Miyano quanto a declaração do Sasaki.

– Hein?
– Não faça isso
– Sasaki! Oh! Desculpa, Makimura! Até mais!
* Eu… eu quero muito desenhar esse rosto!!! O que foi aquela expressão?! *
* Eu o amo… *

É meio repetitivo comentar “Sasaki e Miyano”, porque ele tem sempre esse clima gostoso e tranquilo, então ele é muito estável na condução da sua histórias. As coisas vão mudando, mas de forma muito sutil. Porém, algo que gostaria de destacar é que eu estou meio fascinado e maravilhado com o Hirano e o Kagiura! Eles são PRECIOSOS! Estou completamente apaixonado neles, mais até do que pelo Sasaki e pelo Miyano. O Kagiura é meio emocionado, mas de um jeito super fofo. Ele falando que quer casar com o Hirano depois de achá-lo adorável é de morrer de amores. Enfim, amo eles e aliás, estou lendo a novel que conta o primeiro encontro deles e como foi esses primeiros momentos de convivência (se passa antes dos eventos do mangá “Hirano to Kagiura“) e infelizmente, a Panini não licenciou nada derivado da série até agora, então sem novel(s) e sem mangá spin-off por aqui :'(

* “Meu querido Hirano… ‘Eu gostaria de me casar com você’ (esboço da tradução) Estas são as palavras de Akira Kagiura, 16 anos, que não tem a idade de se casar. *
* Eu adoraria saber qual tipo de pessoa o Hirano gostaria de se casar…*

O verão em que Hikaru morreu #1

“O verão em que Hikaru morreu” é uma obra que tenho o volume #1 há muito tempo (quase 2 anos, creio eu), mas que estou enrolando para ler há muito tempo. Com o anime chegando e aproveitando o Mês do Orgulho, era a oportunidade perfeita para ler e comentar o mangá. E olha só, que mangá bom! Bom não, excelente! Ele é ótimo como drama, ele é ótimo como terror juvenil e ainda por cima, tem um subtexto queer que é dilacerador. E além de tudo, ainda tem uma arte belíssima!

Vou deixar o link da resenha que escrevi, mas é um horror juvenil de altíssima qualidade! Se não conhece a obra ainda, com certeza vale a pena conhecer. E caso não consiga ou não queira começar a acompanhar pelo mangá, vale lembrar que a adaptação em anime começa a ser exibida no começo de Julho na Netflix!


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