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Quem diria que o dia a dia de um bebê tubarão poderia ser TÃO INCRÍVEL!

2025 começando e seguimos com nossos textos de apresentação! Dessa vez, vamos com um mangá bem diferente dos que já comentamos até agora, pois vamos falar de “Odekake Kozame”, mangá Josei de Penguin Box. O mangá foi anunciado no Brasil em dezembro de 2024 pela JBC durante a CCXP, porém ainda não temos o título nacional (por isso não aparece no título do post), nem informações de formato da edição e muito menos a previsão de lançamento.

“Petit requin” (“Pequeno tubarão”, em tradução literal) é um mangá escrito e ilustrado por Penguin Box. A obra é publicada no Japão sob o título “Odekake Kozame” (おでかけ子ザメ) e nasceu como uma publicação independente no Twitter do autor.a.e e devido ao sucesso, a obra chamou atenção da KADOKAWA que passou a trabalhar e publicar o mangá em formato físico a partir de 2021. A obra então é lançada sob o selo da revista Aokishi e conta com 6 volumes publicados atualmente e segue em andamento.

Na França, o mangá foi anunciado pela editora Le Renard Doré (uma editora que nasceu da editora Rue de Sèvres em 2024 e que tem como perfil publicações de mangás que visam um público mais infantil e juvenil) em março de 2024 e começou a ser publicado em 19 de junho do mesmo ano. Atualmente 2 volumes foram lançados na França e o 3º será publicado daqui alguns dias em 15 de janeiro.

Para falar do mangá aqui no blog, estarei utilizando o volume #1 da edição francesa.


Bom, em “Petit requin”, tudo o que vemos e acompanhamos são pequenas histórias, situações e causos da vida cotidiana de um bebê tubarão e é só isso. Sem mistérios ou grandes pretensões. Falando assim pode soar bem banal e é bem isso mesmo que a obra se pretende e por isso acaba sendo algo tão maravilhoso. É um trabalho tão positivo, tão cheio de vida (e ser colorido ajuda MUITO nisso, porque o autor.a.e utiliza cores vivas e intensas), tão complacente, tanto do tubarão para com as pessoas, como das pessoas com o tubarãozinho.

Eu conheci a obra pelo Twitter meses atrás quando a adaptação em anime terminou e a equipe publicou a ED do último episódio. Achei absolutamente adorável aquilo. Dali em diante, passei a acompanhar o criador no Twitter (inclusive, recomendo, pois sempre tem histórias curtas, algumas estilo yon-koma, sendo lançadas), mas nunca tinha parado para acompanhar verdadeiramente a série. O mangá ter sido anunciado no Brasil me incentivou a ver o anime e saí completamente apaixonado. Tanto que decidi comprar esse volume 1 em francês!

Acho que o primeiro capítulo exemplifica muito bem o que quero dizer. Nele, o tubarão vai ao cinema ver um filme de tubarão, mas ele é um filme para maiores, então a moça da recepção aconselha ele a assistir um filme infantil também sobre tubarões e outros bichos do oceano, e que acompanha como brinde para quem vai assistir um chaveiro de pelúcia de tubarão. O tubarãozinho fica encantado com o brinde já que é igual a ele. O protagonista assistir o filme, fica emotivo com os sentimentos de família que são mostrados no longa, e após sair da sessão, ele pega seu lenço, enrola a pelúcia e a segura se fosse seu filho. É uma simplicidade só, mas juro que chorei vendo isso no anime e fiquei muito emotivo lendo.

O volume segue assim com histórias que não tem muita ligação entre si, mas que seguem uma certa cronologia temporal (acompanhamos as estações passando e eventos japoneses que são característicos de certas épocas do ano). Algumas são mais longas com umas 5 ou 6 páginas, enquanto outras são situações bem curtinhas, de até duas páginas, ou mesmo páginas únicas. Nem sempre ele vai se propor a contar uma narrativa propriamente. Às vezes é só o pequeno tubarão contemplando a natureza tentando fazer uma trilha, fazer uma bolha de sabão em forma de tubarão, comendo algo, se refrescando, ou mesmo fugindo da chuva. O mais simples do cotidiano e algo que acho muito bonito é que o autor tem uma mão excelente para exaltar essas coisas como sendo positivas. Como há beleza na simplicidade dos atos e principalmente como a natureza é bonita. O tubarão vai fazendo amigos ao longo do volume, como um certo sapinho, ou uma mamãe pato e seus filhotes que são igualmente gentis com eles. E o que é muito bonito nisso tudo? É como vemos as particularidades na vida de cada um, mesmo que de forma breve com uma certa completude e satisfação nisso tudo. Que as coisas passam e que ele, o tubarão, deixa uma marca, uma impressão por onde ele passa. Na ED do anime, o tubarão canta, nos últimos versos, “Contando que você sorria, Que mundo maravilhoso!” e acho que isso transmite bem uma parte da ideia que o criador da série tem para a obra. ^^

O mesmo vale para a parte dos humanos com a qual o tubarão tem contato. Vemos muitas crianças interagindo com ele, alimentando a curiosidade, conhecendo o desconhecido e desbravando coisas novas, mas também temos os adultos sendo igualmente gentis. Uma moça que sinaliza o que ele precisa fazer para que o sinal mude e ele possa atravessar na faixa de pedestres, ou o moço que faz uma raspadinha e coloca um pouco de abacaxi no meio, porque ele sabe que o tubarão gosta, ou no senhor que mostra um globo (daqueles de neve, mas sem neve, rs) com peixinhos lá dentro e que acende. E claro, do lado do tubarão, que busca flores para uma senhora colocar no vasinho dela, nele ofertando um pouco do geladinho para um garoto com calor ou apenas ajudando um passarinho a se alimentar e refrescar antes de ir embora. É de uma delicadeza, de um cuidado, que é absurdamente lindo!

– Nós conseguimos!

Quando a JBC anunciou o mangá, algumas pessoas estranharam o fato dele ser publicado no Japão como um Josei (voltado para mulheres adultas) e não como algo mais voltado para um público jovem ou mesmo infantil, mas lendo o mangá, fica fácil de entender o porquê disso: é a gentiliza do tubarão e a capacidade do mangá de ser tão relaxante e de dar aquele quentinho no coração, que de certa forma, acho que serve como uma renovação espiritual para o que passamos ou enfrentamos no dia a dia. Seja aquele dia difícil, estressante, cansativo do trabalho, como aqueles momentos em que as coisas só não estão indo bem ou passando por algo difícil. “Petit requin” tem essa capacidade de você ler (ou assistir) e dar um incentivo para continuar ou tentar de novo. Pelo menos comigo foi assim e em dezembro, eu passei por algumas situações bem ruins, mas vendo o anime, mesmo que minha tristeza não passasse propriamente, ele pelo menos acalentava um pouco meu coração.


Quanto à carreira do autor.a.e, esta é sua primeira publicação, mas é um trabalho cuidadoso e carinhoso na maneira como é concebido e escrito. Por ora, são 6 volumes lançados. Não sabemos até quando será publicado, mas acho que dá para se estender por pelo menos mais uns 4 volumes e finalizar com 10 no total.

Bom dia, pequeno tubarão!

E se tudo o que eu disse aqui não foi o suficiente para te convencer a ler o mangá, pelo menos deem uma olhada no 1º episódio do anime. É apenas 1 minuto de anime e dá para ver sem legenda mesmo, porque os diálogos são poucos e você entende o que se passa só pelo contexto da cena. Coisa simples de entender (há legendas em inglês, se precisar). Esse episódio adapta o primeiro capítulo do mangá. ^^


Por este mangá é só. Espero que gostem! Abaixo, eu deixo o link do vídeo mostrando a edição francesa do mangá e em sequência, a lista de todos os mangás que já comentamos e recomendamos nessa nossa coluna de textos. ^^

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